Cesta básica em Dourados fechou o mês com aumento de preços

O valor da cesta básica do mês de fevereiro, comparado com janeiro, apresentou um aumento de 1,28%, é o que mostra a pesquisa realizada pelo projeto de extensão Índice da Cesta Básica do Município de Dourados, do curso de Ciências Econômicas da Faculdade de Administração, Ciências Contábeis (FACE/UFGD).

Os produtos que compõem a cesta básica, conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), e de acordo com a Lei Nº 399 que estabelece o salário mínimo, são: açúcar, arroz, banana, batata, café, carne, farinha de trigo, feijão, leite, margarina, óleo de soja, pão francês e tomate. Os preços com estes produtos ficaram em R$ 408,67 o que significa 39,33% do salário mínimo que foi de R$ 1.039,00. E no mês de fevereiro de 2020, o trabalhador douradense teve que destinar uma quantia um pouco maior para a compra dos produtos componentes da cesta básica que foi de R$ 413,89, o que equivale a 39,61% do salário mínimo, que no mês de fevereiro teve um reajuste correspondente a R$ 1.045,00.

Com este aumento do salário, o trabalhador brasileiro teve uma perda devido a que o aumento concedido não chegou a cobrir, já que a inflação acumulada no ano de 2019 atingiu 4,31% de aumento.

Já no âmbito nacional, o maior preço da cesta nacional no mês de fevereiro foi registrado em São Paulo, com R$ 519,76; seguida por Rio de Janeiro com R$ 505,55 e a terceira capital com maior preço da cesta foi Florianópolis, com R$ 493,15. O valor da cesta teve um aumento em 10 das 17 capitais do país, conforme constata o DIEESE. O resultado dos preços da cesta básica é um indicador muito importante para toda a economia brasileira, já que reflete a situação dos preços no setor de alimentos.

Os menores preços foram encontrados em João Pessoa, com R$ 403,98; Salvador com R$ 395,49 e com o menor preço registrado em Aracaju, com R$ 371,22. Observamos que os menores preços foram praticados nas capitais da Região Nordeste do país, fato este que se repete desde o início da pesquisa.

Comparado com Campo Grande, onde o preço da cesta foi de R$ 445,40, a cesta douradense é menor do que a capital. Desta vez, o preço da cesta básica douradense superou aos preços praticados em quatro capitais estaduais do país: Natal, João Pessoa, Salvador e Aracaju, conforme o DIEESE. Esta mesma situação apresentou-se no mês de janeiro.

A partir da Constituição Federal de 1988, o trabalhador brasileiro deve trabalhar 220 horas mensais, com isso, no mês de janeiro, um trabalhador douradense para pagar a cesta básica tinha de trabalhar 86 horas e 32 minutos. E no mês seguinte, este mesmo trabalhador precisou de um tempo maior para comprar alimentos que foi de 87 horas e 8 minutos, isto representou uma perda do poder de compra do salário do trabalhador douradense.

Dos 13 produtos que compõem a Cesta Básica, 7 apresentaram um aumento dos seus preços no mês de fevereiro em Dourados: a banana, com o maior aumento chegando a 14,48%; o tomate com 9,25% e a batata com 5,68%. Outros produtos que também aumentaram de preços foram o açúcar, com 4,78%; o leite com 4,16%; arroz com 2,45% e o óleo de soja com 0,81%. Estes produtos também apesentaram elevação de preços por dois meses consecutivos.

E seis produtos registraram queda de preços no mês de fevereiro se comparado com o mês de janeiro, estes foram: a manteiga, com uma queda de 7,14%; o café com 5,20%; o feijão com 3,01%; a farinha de trigo com uma queda de 2,79%; pão-francês 1,34% e com uma pequena queda a carne fechou 0,68%. A queda consecutiva da carne pelo segundo mês explica-se em parte pela instabilidade momentânea provocada pela diminuição da demanda chinesa, mesmo com a conquista novamente do mercado americano da carne mas que tendem a se refletir futuramente.

Vale a pena a pesquisa nos diversos supermercados da nossa cidade. A pesquisa também apresenta a diferença de preços entre o supermercado que praticou o preço mais elevado da cidade, este foi de R$ 435,32 e o menor com 377,78 reais com os mesmos produtos, uma diferença de R$ 57,54 ou seja, 15,23% menor.

Os pesquisadores dão sugestão de verificar também os levantamentos realizados pelo PROCON do município. O método utilizado pelo órgão facilita ainda mais a comparação dos preços praticados por cada estabelecimento de Dourados, já que apresenta nominalmente e seus respectivos preços de venda.

Conforme o DIEESE, em janeiro, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 4.347,61, isso significa 4,18 vezes mais do que o mínimo vigente que foi de R$ 1.039,00. No mês de fevereiro, o salário mínimo necessário era de 4.366,51 que representa 4,18 vezes do salário reajustado de 1.045,00.

Mais informações do projeto de extensão realizado pelo curso de Ciências Econômicas, com o professor Enrique Duarte Romero pelo telefone: 9-9995-7342.

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