Água tratada ou água mineral

  • Por Rosa Floriano
Rosa Floriano é sócia fundadora da Efrata Consultoria Ambiental – Divulgação

Em relação ao tratamento de água, é importante destacar que a água é um recurso natural renovável. Ou seja, ela não é utilizada apenas uma vez e desaparece, mas sim renova-se continuamente. Deste modo, toda água que as pessoas utilizam em seu cotidiano, volta para a natureza. Na rede hidrográfica do Estado são 158 rios. A água a ser tratada é captada por exemplo em Anastácio, no rio Taquarussu; em Aquidauana, no próprio Rio Aquidauana; em Coronel Sapucaia, no córrego Nhuverá; em Corumbá, pelo rio Paraguai; e, Guia Lopes da Laguna vem do rio Santo Antônio, e somente para essa cidade a vazão é de (150 mil litros de água por hora). Nos municípios de Jardim e Miranda e no distrito Águas do Miranda (Km 21) que fica na região de Bonito, o abastecimento é feito pelo rio Miranda. As três localidades juntas retiram em média desse manancial, praticamente 680 mil litros por hora. O produto vem bruto dos mananciais e passa por purificação até o seu destino final sendo feita a aplicação de produtos químicos (sulfato de alumínio, polieletrólito e cal hidratada) que ajudam a coagular partículas pequenas presentes na água bruta, facilitando o resultado das etapas seguintes de decantação e floculação.

Desta maneira, 13 locais são abastecidos pela captação superficial dos rios do Estado e as outras 115 fazem a absorção subterrânea por 394 poços ativos, onde 90 captam os recursos do Aquífero Guarani. A empresa de saneamento do Mato Grosso do Sul oferta 9,8 bilhões de litros de água por mês e a água que é captada precisa continuar sendo de qualidade razoável. Interessante observar que antes do desenvolvimento da teoria dos microorganismos como causadores de doenças (1880), acreditava-se que estas eram transmitidas através de odores. A desinfecção, tanto da água de abastecimento como dos esgotos, surgiu como uma tentativa da eliminação desses odores. Existem muitos agentes desinfetantes, mas, em geral, o cloro é o principal produto utilizado na desinfecção de águas de abastecimento. A presença de compostos orgânicos em águas que sofrem o processo de cloração resulta na formação dos trihalometanos, compostos formados por um átomo de carbono, um de hidrogênio e três de halogênio (cloro, bromo, iôdo). Os trihalometanos são considerados compostos carcinogênicos e sua presença na água deve ser evitada.

Importante saber que, levantamentos epidemiológicos relacionando a concentração dos trihalometanos com a morbidade e a mortalidade por câncer, evidenciaram associações positivas em alguns casos de carcinomas. Entretanto, a substituição do cloro por outro desinfetante no tratamento de água pode trazer mais riscos do que benefícios, considerando-se que a diminuição da incidência de doenças transmissíveis pela água somente foi alcançada com a difusão do emprego da técnica de cloração, isso explica uma boa parcela da população buscando o consumo menor da água tratada e maior da água dita como “mineral”. Mas nunca esqueça que água é fonte de vida. Beber uma água de qualidade é certeza de bem estar, e devolver uma água menos poluída a natu reza, é certeza de futuro.

  • Colunista do AgoraMS na área ambiental

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