Prefeitura de Caarapó implanta o Serviço Social na rede municipal de ensino

A secretária de Educação de Caarapó, Ieda Maria Marran, e a assistente social Regiane Alves – Divulgação

As unidades escolares da rede municipal de ensino de Caarapó contam, desde fevereiro deste ano, com atendimento na área de Serviço Social. O trabalho está sendo realizado de forma intersetorial, mediante ação conjunta entre assistente social e profissional da área de psicologia.

Conforme divulgado pela Secretaria Municipal de Educação, Esporte e Cultura de Caarapó (Semeec), a inserção do Serviço Social no setor educacional tem como requisito intervir em situações escolares consideradas divergentes, desvio ou anormalidade social. “Com isso, parte-se da construção de práticas profissionais que não só sirvam à retroalimentação da política educacional, mas que sejam focadas nos aspectos econômicos entre a escola e realidade social”, afirma a assistente social Regiane Alves.

De acordo com a profissional, a inserção do serviço social no contexto educacional tem o objetivo de observar e analisar criticamente as características organizativas, políticas e culturais da escola como espaço social, coletivo educativo e de cidadania, pois será sobre as bases desse conhecimento que o trabalho profissional será planejado e organizado, tendo em vista seu papel político estratégico na formação social do sujeito, do cidadão e de uma sociedade forjada na justiça e igualdade social.

A assistente social destaca que a escola é um espaço onde se dá o diálogo entre indivíduos, midiatizados pelo mundo ao redor, surgindo daí a necessidade de transformação desse mundo. “Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feita, que leve em conta as suas necessidades e torne um instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história”, pontua, citando ensinamento do educador, escritor e filósofo pernambucano Paulo Freire.

O texto distribuído por Regiane Alves sublinha que é assim, de fato, que prioritariamente o assistente social realize a análise contextual e institucional da educação em nível macro (bases legais – incontrolavelmente, a Constituição Federal e a LDB, políticas e programas nacionais, parâmetros curriculares nacionais, relatórios do MEC/Inep a indicadores da realidade educacional) e micro ( tendo por referência a unidade educacional em que se insere), buscando compreender os processos de surgimento, implantação e expansão relativos à oferta da atividade/serviço educacional nas comunidades, com ênfase na interpretação dos aspectos sociais e regionais que condicionam e explicam as relações pedagógicas, sociais, comunitárias, de trabalho e de gestão que se organizam naquele espaço educacional. Sendo assim, a educação, ao socializar o indivíduo, mostra a este que, sozinho o ser humano não sobrevive, e que ele só pode desenvolver as suas potencialidades estando em contato com o meio social, ou seja, com outras pessoas.

Regiane Alves cita textualmente a escritora Maria Lúcia Martinelli, doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (1988), com pós-doutorado em Fundamentos Políticos das Ideias Contemporâneas pelo Instituto de Estudos Avançados, Universidade de São Paulo (2002), que afirma que o Serviço Social é uma profissão que trabalha no sentido educativo de revolucionar consciências, de proporcionar novas discussões, de trabalhar as relações interpessoais e grupais. Assim, a intervenção do assistente social é uma atividade veiculadora de informações, trabalhando em consciências, com a linguagem que é a relação social. Defende que a introdução no Serviço Social na educação contribui com ações que lançam mão de práticas de formação de cidadania, emancipação dos sujeitos sociais e inclusão social, com a oportunidade de orientar o indivíduo que se torne consciente de empoderamento da sua própria história.

Para a Secretária Municipal de Educação, Esporte e Cultura, Ieda Maria Marran, a escola é um espaço de inclusão, que contribui para a articulação da educação pública, de qualidade e com direito social. Diante dessa realidade, o Serviço Social veio para contribuir no processo desenvolvido pela rede de ensino com estudantes e profissionais da educação, oportunizando redirecionamento e uma nova maneira de conduzir o atendimento às famílias e à escola.

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