Copom interrompe série de cortes e mantém juros básicos em 2% ao ano

Reunião do Copom definiu taxa de juros – Assessoria/BC

O BC (Banco Central) decidiu nesta quarta-feira (16) manter a taxa básica de juros em 2% ao ano. O veredito unânime do Copom (Comitê de Política Monetária) interrompe a série de nove quedas consecutivas da Selic, iniciada em julho de 2019. As informações são do R7.

No período de cortes, a taxa básica de juros da economia brasileira desabou 4,5 pontos percentuais, de 6,5% ao ano para R$ 2% ao ano, menor patamar da história.

Inicialmente contidas, as reduções dos juros foram acentuadas após o mês de fevereiro com a intenção de conter os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia nacional. Isso acontece porque o crédito mais barato tende a incentivar a produtividade e impulsionar o consumo.

No comunicado em que justifica a decisão, o Copom afirma que os indicadores apontam para uma recuperação da economia brasileira, apesar da manutenção do ambiente ruim nos setores mais afetados pelo distanciamento social.

“A incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais”, avalia o grupo.

O comitê observa ainda que a inflação deve se elevar no curto prazo devido à “alta temporária nos preços dos alimentos e a normalização parcial do preço de alguns serviços em um contexto de recuperação dos índices de mobilidade e do nível de atividade”.

“O Comitê entende que essa decisão [pela manutenção dos juros] reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”, pontuam os diretores do BC.

A manutenção da Selic em 2% ao ano já era aguardada pelo mercado financeiro. Agora, a aposta é de que a taxa básica deve permanecer no patamar atual pelo menos até o final do ano.

Para os próximos encontros, o Copom não descarta mudanças na taxa de juros, mas ressalta que a decisão vai depender do ritmo da inflação. “Eventuais ajustes futuros no atual grau de estímulo ocorreriam com gradualismo adicional e dependerão da percepção sobre a trajetória fiscal, assim como de novas informações que alterem a atual avaliação do Copom sobre a inflação prospectiva”, destaca o grupo.

Votaram a favor da decisão o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

Taxa de juros

Conhecida como taxa básica, a Selic representa os juros mais baixos a serem cobrados na economia e funciona como forma de piso para as demais taxas cobradas no mercado financeiro.

A taxa básica de juros é aquela que os bancos pagam para pegar dinheiro no mercado e repassá-lo para empresas ou consumidores em forma de empréstimos ou financiamentos. Por esse motivo, os juros que os bancos cobram dos consumidores são sempre superiores à Selic.

A taxa básica também serve como o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle, próxima da meta estabelecida pelo governo. Isso acontece porque os juros mais altos encarecem o crédito, reduzem a disposição para consumir e estimulam novas alternativas de investimento.

Sempre que o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.

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