Vendas do comércio crescem 0,1% em agosto e setor tem 3ª alta seguida

Foi a terceira alta mensal seguida, mas no acumulado em 12 meses houve perda de ritmo. Para IBGE, pesquisa mostra que população está dedicando orçamento às compras de primeira necessidade.

As vendas do comércio varejista cresceram 0,1% em agosto, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi a terceira alta mensal seguida.

Na comparação com agosto de 2018, o avanço foi de 1,3%. No acumulado em 8 meses, a alta é de 1,2%. Já no acumulado em 12 meses, entretanto, houve desaceleração, com a taxa de crescimento passando de 1,6% em julho para 1,4% em agosto, o que indica perda do ritmo de recuperação do setor, que permanece no patamar de vendas de meados de 2015.

Supermercados sustentam alta
Segundo o IBGE, 4 das 8 atividades pesquisadas tiveram alta no volume de vendas em agosto. Veja o desempenho de cada segmento em agosto:

· Combustíveis e lubrificantes: -3,3%

· Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: 0,6%

· Tecidos, vestuário e calçados: -2,5%

· Móveis e eletrodomésticos: -1,5%

· Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -0,3%

· Livros, jornais, revistas e papelaria: 0,2%

· Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: 3,8%

· Outros artigos de uso pessoal e doméstico: 0,2%

· Veículos, motos, partes e peças: -1,7% (varejo ampliado)

· Material de construção: -0,8% (varejo ampliado)

A alta média de 0,1% em agosto foi garantida principalmente pelos super e hipermercados (0,6%) e artigos de uso pessoal e doméstico (0,2%). Juntos, os dois setores correspondem a mais de 60% do total do varejo.

“O aumento nos dois grupos indica um perfil de consumo mais básico, associado às classes de rendimento mais baixas da população”, explicou a gerente da pesquisa, Isabella Nunes.

Também houve altas nas vendas de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,8%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,2%).

Por outro lado, caíram as vendas de combustíveis e lubrificantes (-3,3%), tecidos, vestuário e calçados (-2,5%), móveis e eletrodomésticos (-1,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,3%).

Para o IBGE, a queda nestes segmentos indicam que a população está dedicando mais seu orçamento às “compras de primeira necessidade”.

“O equilíbrio entre essas quatro categorias em queda com dois grandes setores em alta levou o mercado a um patamar mais próximo da estabilidade”, avaliou a pesquisadora.

Já o comércio varejista ampliado, que inclui veículos automotivos (-1,7%) e material de construção (-0,8%), ficou estável na passagem de julho para agosto. “Novamente, foram os supermercados e alimentos que serviram de contrapeso para esses resultados negativos, mantendo o índice geral estável”, concluiu Isabella.

Recuperação lenta e perspectivas
Os indicadores econômicos mostram que a recuperação da economia segue em ritmo lento, mas a expectativa é de relativa melhora neste 2º semestre, em meio a um cenário de juros em queda, maior geração de postos de trabalho, ainda que puxada pela informalidade, e melhora da confiança após a aprovação final da reforma da Previdência.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio, medido pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), atingiu em outubro o maior patamar em 5 meses. O comércio aposta que a liberação dos saques das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Fundo PIS-Pasep ajudará a acelerar o consumo nestes últimos meses do ano. A CNC estima que R$ 13,1 bilhões (44% do total previsto a ser injetado na economia) será destinado para gastos no comércio e consumo de serviços.

A projeção do mercado financeiro para estimativa de alta do PIB deste ano permanece em 0,87%, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, ainda abaixo do ritmo de crescimento de 1,1% registrado em 2017 e 2018. Para 2020, a previsão de crescimento do PIB continua em 2%.

Do G1

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