“Se vender alguém eu saio, não faço milagres”, diz Abel sobre provável venda de titulares

O técnico do Palmeiras, Abel Ferreira – Foto: Cesar Greco/SEP

Na coletiva na noite desta quarta-feira, após a vitória sobre o Deportivo Pereira por 4 a 0, pela Libertadores, Abel foi enfático ao afirmar que a manutenção dos nomes mais experientes do elenco do Palmeiras é fundamental para a sua permanência no comando da equipe. “Não é muito difícil saber qual é a base do Palmeiras, não precisa ser muito inteligente. E aos outros, vamos ter que dar tempo. Não temos que pagar 15, 20 milhões de euros — não temos. Podemos vender com esse valor. O importante é chegarmos nesse equilíbrio: acreditarmos na base que temos, que é muito forte, e o clube fez tudo para segurá-los. Eu espero que segurem o Veiga, que não vá para lado nenhum; Rony, que não vá para lado nenhum; Zé Rafael, que não vá para lado nenhum; Gómez, também. Porque, se saírem, também tenho que ir. Não faço milagres, preciso deles e eles precisam de mim”, disparou. As informações são da Gazeta Esportiva.

Abel também falou sobre dar oportunidades aos membros mais jovens do elenco sem um contexto claro. O treinador português usou o exemplo de Kevin para afirmar que as Crias da Academia recém-promovidas vão precisar provas que merecem estar no grupo principal.

“Agora, não tenho espaço para todos. Todo mundo fala: ‘tem que colocar o Kevin’. Isso não é Big Brother, não é casa de oportunidades. É preciso trabalhar, merecer — que é o caso —, e depois esperar pelo momento certo, na hora certa. É verdade que temos muitos jogadores que sobem da base e, aqui, (jornalistas e torcedores) começam a bater. Temos que tomar decisões, que às vezes são difíceis; vender jogadores; etc. Mas funciona assim. Fico contente que o clube, mesmo quando perde, sabe o que quer e tem a capacidade de encaixar as críticas, sabendo aquilo que tem que fazer. O caminho tem que ser esse”, finalizou Abel.

Confira todas as respostas de Abel Ferreira na entrevista coletiva:

Motivo da saída de Artur e entrada de Marcos Rocha no time titular

“É uma boa pergunta de um jornalista, mas eu sou treinador e não vou te responder. Por isso que sou treinador. Se calhar, você estava nas tribunas se perguntando: ‘por que o treinador colocou esses dois laterais direitos?’ que, curiosamente, fizeram dois gols. Se tivéssemos perdido, você e seus colegas falariam que ‘ah, o treinador é burro, não sabe de nada’. Não vou especificar, mas fizemos sim um ajuste tático, não vou dizer o porquê. Sei que ganhamos de uma equipe que ganhou do Boca Juniors aqui; que ainda não tinha perdido em casa; que ganhou do campeão da Sul-Americana; que ganhou do campeão da Recopa; e que tinha ilusões muito grandes de, hoje, também, ganhar do Palmeiras. Nós, enquanto comissão técnica, temos que tomar decisões. Por isso que eu sou treinador e, vocês, jornalistas — que fazem essa pergunta fantástica. Mas sim, fizemos esse ajuste tático para além desses quatro motivos que te falei. Precisávamos ser agressivos ofensivamente e ter sempre a largura no corredor — às vezes o Artur não dá, sai de fora para dentro e é fundamental para uma equipe de linha de cinco abrir. E dar, também, consistência defensiva ao nosso time. Foi isso que aconteceu. Parabéns aos meus jogadores. Foi uma decisão difícil para mim, mas tendo em conta tudo aquilo que vi do nosso adversário, foi a melhor decisão e sabia perfeitamente. Conhecendo o país onde estou, se tivesse perdido, iam me massacrar. Mas fico feliz pela equipe e pelos jogadores curiosamente terem feito os gols. Não pedi para eles (Marcos Rocha e Mayke) marcarem, pedi para cumprirem outras tarefas. Ainda bem que marcaram, porque é bom para o Palmeiras.”

O que fazer com tamanha vantagem?

“Antes de ser treinador, eu também achava que era fácil. O que posso dizer em relação a isso é que, no jogo, são 11 contra 11. O campo é dividido em defesa, meio e ataque. Vejo os jogos em relações numéricas, não posso abrir mais do que isso em relação à pergunta. Prefiro ser cornetado, que os profetas do acontecido falem. Como disse, é muito fácil agora, que ganhamos de 4 a 0, contra uma equipe que ainda não tinha perdido, dizer que era fácil. Essa equipe ganhou do Boca Juniors, dos campeões de Recopa e Sul-Americana, ainda não tinha perdido em casa. Nós mostramos aquilo que gosto de ver nessa equipe: simples, de caráter, que sabe o que fazer dentro de campo. Me encho de orgulho quando vejo meus jogadores atuando assim. Com calma, sendo competitivos. Sabíamos que seria muito difícil, contra uma equipe que tinha uma ilusão muito grande no jogo. Fizemos aquilo que tínhamos que fazer: jogar bom futebol e ser competitivo, jogando para ganhar seja onde for, contra quem for, jogue quem jogar.”

Vai poupar no jogo da volta?

“Os jogadores sabem, estávamos preparando essa partida há duas semanas. Inclusive fizemos, no último jogo, algumas situações que queríamos ver aqui. Felizmente, eles conseguiram entender — porque, com a viagem, não teríamos muito tempo para treinar de um jogo para o outro. Sempre disse isso a vocês e a eles: só sei jogar e treinar na máxima força. É assim que eu sou. Não consigo ser ‘meia-boca’. Sei que às vezes as pessoas confundem arrogância com competência, o ser chato com ser intenso e exigente, mas esta é minha forma de ser. Fico contente que nossos jogadores entendam que nossa única opção é ser a melhor equipe, melhor enquanto grupo. Única forma que eu sei de preparação é treinar para jogar e jogar para ganhar. É assim que fazemos e assim que vamos continuar a fazer.”

Richard Ríos

“Fomos muito bem recebidos aqui. Ontem, no CT, pelo carinho dos meninos; e hoje mesmo, na chegada ao estádio, fiquei com um bom ‘feeling’ em relação aos colombianos, são muito simpáticos. Isso é sempre bom, porque futebol é também desfrutar. Hoje os torcedores do (Deportivo) Pereira desfrutaram. O Ríos é colombiano, muito bom jogador, felizmente que o clube o contratou e hoje podemos tê-lo dentro do nosso grupo. Jogou no último jogo e sabíamos que, hoje, teríamos que dividir o tempo entre ele e o Menino. Mas é um grande jogador e o técnico da Colômbia, se quiser, tem (para selecionar). Faz mais de uma posição. Acima de tudo, feliz pelo jogador que ele é e pelo homem que ele é.”

Estágio do Palmeiras nas condições mentais, técnicas, táticas e físicas

“Você sabe que temos uma base muito forte — quando falo ‘base’, me refiro aos jovens e também ao time. Eu, como treinador, tive que tomar decisões difíceis no início do ano. Saíram nove jogadores. Uns experientes, outros que queriam mais tempo de jogo — por exemplo, o Kuscevic. E eu disse: não vamos contratar ninguém, vou dar oportunidade ao Naves — sabendo que tinha o Luan, um grande zagueiro e que, faltando qualquer um dos dois titulares, nos ajuda. E também nos ajuda lutando por um lugar, que já foi dele. Agora, nós precisamos fazer crescer esses jovens. Por vezes, o Fabinho entra com outra maturidade, o Jhon Jhon tem algumas oscilações, é normal. Mas, acima de tudo, o que eles têm que entender é que confiamos no elenco que temos. Que mesmo quando perdemos contra o São Paulo e todos nos criticaram, nós soubemos encaixar e isso ajuda a crescer, principalmente os mais jovens. Sabemos onde estamos, como funciona. Agora, é fácil de entender que essa é uma equipe mentalmente muito forte. Tecnicamente, é muito evoluída. Em termos de experiência, tem um grupo muito bom e outro que está amadurecendo com a ajuda dos mais velhos. Taticamente, sabe aquilo que o treinador pede — fizemos uma grande alteração tática hoje e os jogadores interpretaram perfeitamente. Mas tudo isso não nos garante que vamos ganhar sempre. É isso que quero que fique claro na cabeça de quem está sentado nas cadeiras — seja comentarista, jornalista, etc. Vão olhar e achar que é fácil, mas nós é que tornamos o jogo fácil. O Palmeiras e seus jogadores encararam e respeitaram muito esse adversário — sendo intenso e jogando como se fosse uma final. É assim que essa equipe cresceu e cresce mentalmente. Não é muito difícil saber qual é a base do Palmeiras, não precisa ser muito inteligente. E aos outros, vamos ter que dar tempo. Não temos que pagar 15, 20 milhões de euros — não temos. Podemos vender com esse valor. O importante é chegarmos nesse equilíbrio: acreditarmos na base que temos, que é muito forte, e o clube fez tudo para segurá-los. Eu espero que segurem o Veiga, que não vá para lado nenhum; Rony, que não vá para lado nenhum; Zé Rafael, que não vá para lado nenhum; Gómez, também. Porque, se saírem, também tenho que ir. Não faço milagres, preciso deles e eles precisam de mim. Agora, não tenho espaço para todos. Todo mundo fala: ‘tem que colocar o Kevin’. Isso não é Big Brother, não é casa de oportunidades. É preciso trabalhar, merecer — que é o caso —, e depois esperar pelo momento certo, na hora certa. É verdade que temos muitos jogadores que sobem da base e, aqui, (jornalistas e torcedores) começam a bater. Temos que tomar decisões, que às vezes são difíceis; vender jogadores; etc. Mas funciona assim. Fico contente que o clube, mesmo quando perde, sabe o que quer e tem a capacidade de encaixar as críticas, sabendo aquilo que tem que fazer. O caminho tem que ser esse.”

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