Incubadora da UFGD dá suporte a nove dos 28 empreendimentos aprovados em programa estadual de incentivo

As empresas incubadas contribuem com a extensão, promovendo eventos ao público externo – Assessoria

Ideias empreendedoras de destaque em Mato Grosso do Sul pelo Programa Centelha MS – iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) –, nove dos 28 projetos selecionados para se tornarem negócios reais possuem vínculo institucional com a UFGD e são hoje residentes na Incubadora Empresarial e Tecnológica (GDTec) da Universidade.

São projetos de empreendimento e inovação nas mais diversas áreas, elaborados por alunos, professores e ex-alunos da UFGD ou, ainda, que contam com pesquisadores da Instituição como parceiros no desenvolvimento de suas atividades.

Lançado em julho de 2019 em Mato Grosso do Sul, o Programa Centelha MS tem como objetivo selecionar ideias inovadoras de startups e empresas iniciantes em todo o Estado. Por meio da primeira chamada, encerrada em 2020, 564 projetos foram submetidos à avaliação dos consultores da Finep, sendo que 28 foram aprovados e contratados para receber recursos de subvenção econômica, a fim de transformar sua ideia inovadora em um negócio de sucesso.

Pré-incubação
Após a publicação da primeira lista de aprovados do Programa Centelha MS, em fevereiro deste ano, a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect) – desenvolvedora da iniciativa no Estado – entrou em contato com a UFGD informando sobre o vínculo institucional dos projetos e solicitando possível incubação.

À frente da Divisão de Incubadoras (DIVIN), órgão vinculado à Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEX), o professor Mábio Silvan José da Silva explica que, justamente naquele período, encontrava-se em vigência o edital de seleção da GDTec, a Incubadora Empresarial e Tecnológica da UFGD, e que foi o momento perfeito para que os coordenadores dos projetos enviassem suas propostas.

“Os projetos empreendedores e/ou inovadores que chegam à Divisão de Incubadoras podem estar em diferentes fases, podendo ser uma ideia com grande potencial de desenvolvimento ou um empreendimento já consolidado – com produto finalizado, metas e objetivos de mercado bem definidos. Em função da fase de cada projeto, determina-se as melhores estratégias que favoreçam a evolução dos seus processos, sendo algo individualizado para cada um deles”, esclarece o docente.

Os nove projetos com vínculo institucional obtiveram, então, aprovação para a fase de pré-incubação na modalidade residente, que é quando os empreendimentos são autorizados a utilizar algumas das estruturas físicas da UFGD. A partir desse momento, a GDTec passou a fornecer orientações aos novos pré-incubados por meio da contribuição de profissionais de diversas instituições, o que vem sendo impulsionado pelo lançamento do Ecossistema de Inovação de Dourados, do qual a UFGD participa ativamente.

“A DIVIN fornece permissão de uso de espaço físico em sala exclusiva ou compartilhada – suspensa neste momento por conta da pandemia – orientações e/ou encaminhamentos quanto aos processos de: abertura de empresas, registro de propriedade intelectual e transferência de tecnologias, elaboração e/ou atualização do plano de negócios, registro e autorização para comercialização de produtos, auxílios na captação de recursos junto a agências de fomento e investidores, capacitação em gestão financeira, marketing, planejamento, produção e operações, promoção da visibilidade dos empreendimentos atendidos e intermediação da interação com as unidades de ensino e pesquisa da UFGD para acesso a informações científicas, serviços tecnológicos e projetos de pesquisa, entre outras orientações”, aponta o chefe da Divisão.

Apoio importante
Ex-aluno dos programas de Pós-graduação em Ciências da Saúde e em Biotecnologia e Biodiversidade da UFGD, o farmacêutico-bioquímico Uilson Pereira dos Santos é membro técnico de uma das startups aprovadas no Programa Centelha e que hoje está em fase de pré-incubação na GDTec.

Junto à farmacêutica Luana Carla da Silva, coordenadora do empreendimento, inscreveu a ideia da HEMOTECH, iniciativa que tem por objetivo atuar como um banco de sangue de cordão umbilical e placentário, bem como, proporcionar o desenvolvimento e a produção de concentrado de hemácias de alta tecnologia com o emprego de células-tronco hematopoiéticas (células que possuem a capacidade de se autorrenovar e de se diferenciar em células especializadas do tecido sanguíneo e do sistema imune) presentes no sangue do cordão.

Ficaram em terceiro lugar na avaliação da Fundect, uma das melhores colocações entre os empreendimentos de Dourados. “Como tenho doutorado e experiência nessa área, a Luana me convidou para fazer parte desse projeto”, afirma Uilson. Ele também participa, há mais de dez anos, do Grupo de Estudos em Biotecnologia e Bioprospecção Aplicados ao Metabolismo (GEBBAM), da UFGD, e sua parceria com os docentes Edson Lucas dos Santos e Kely de Picoli Souza contribuiu para a posterior incubação do projeto.

“Os recursos tecnológicos serão extremamente importantes durante o processo de pesquisa e desenvolvimento dos produtos e serviços da HEMOTECH, como o Laboratório de Biologia Molecular e Cultura de Células do GEBBAM. Além disso, a incubação será crucial para a empresa, tendo em vista que a DIVIN disponibilizará uma sala de uso compartilhado que poderá ser utilizada em trabalhos de criação, marketing, negociação, comercialização e serviços de contabilidade, entre outros, durante o período de incubação”, enfatiza o pesquisador.

Além da HEMOTECH, outras oito ideias hoje pré-incubadas na GDTec ficaram em destaque no Programa Centelha MS:

Oncolytic: empresa voltada à produção de medicamentos anticâncer.

Emagreça já: formulação saciogênica natural.

Fluoróforo biomarcador para aplicação em pesquisa e diagnóstico.

Smart caps: bebidas funcionais.

Novo biocosmético: protetor solar enriquecido com geoprópolis.

Óvulo Vaginal com Fitocomplexo/Marangoni Oliveira & Nazari Ltda.

Refeição rápida e individualizada pronta para consumo.

AdevStringens: adesivo transdérmico para tratamento de câncer de pele.

O que são incubadoras?
Uma incubadora de empresas ou de ideias empreendedoras e de inovação é um ambiente planejado para auxiliar no desenvolvimento de novos projetos. Em um mesmo espaço o empreendedor tem acesso a apoio gerencial e técnico, com estrutura física adequada. Além disso, a incubadora possibilita parcerias e oportunidades ao projeto e diversos tipos de assessoria e treinamentos.

Como atividade de extensão, porém de forma integrada aos pilares do ensino e da pesquisa, a UFGD conta atualmente com três desses ambientes: Incubadora Empresarial e Tecnológica (GDTec), Incubadora de Tecnologias Sociais e Solidárias (ITESS) e Incubadora de Grupos e Cultura (EKOa), cada uma atuando em um diferente foco.

E qualquer pessoa, inclusive de fora do País, que tenha boas ideias ou projetos de empreendimentos que se enquadrem no foco de ação de uma das incubadoras da UFGD, pode submeter sua proposta para avaliação. Os editais são divulgados no início de cada ano (primeiro trimestre), porém, quem tiver interesse pode procurar a DIVIN a qualquer momento para orientações, ajustes do projeto e participação em edital posterior.

Iniciada em 2006, com o projeto de extensão que deu origem à ITESS, a experiência da UFGD no apoio a empreendedores e empresários já acolheu e ajudou a desenvolver ideias que trazem benefícios para toda a comunidade, além de atuar na popularização no empreendedorismo em todas as suas formas. Atualmente, a DIVIN tem dez empreendimentos em fase de pré-incubação (nove na GDTec e um na ITESS), sete em fase de incubação (um na GDTec e seis na ITESS) e um em fase de pós-incubação.

Para saber mais sobre a Divisão de Incubadoras da UFGD e seus editais de seleção: proex.divin@ufgd.edu.br

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.