Pasta emitiu nota em meio às críticas por consulta pública
O Ministério da Saúde emitiu uma nota nesta segunda-feira (27) dizendo que pode começar a vacinar crianças de 5 a 11 anos “a partir de janeiro”. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já autorizou a imunização em 16 de dezembro, mas o ministro Marcelo Queiroga quis fazer uma inédita consulta pública sobre a imunização.
“A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas. No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro”, diz o comunicado do Ministério.
A nota contraria diversas declarações de Queiroga, que chegou a dizer que a vacinação não seria compulsória, o que contraria o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), e que exigiria um atestado médico para a imunização.
Além disso, nunca na história da bem sucedida vacinação de crianças do país uma consulta pública com leigos foi realizada sobre o tema, já que todos os pareceres técnicos da Anvisa e de sociedades de médicos pediátricos e de infectologistas recomendam a vacinação contra a Covid-19 dos pequenos.
Apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro é contrário a vacinação dos pequenos e já deu diversas declarações de que não irá imunizar sua filha de 11 anos, Laura, contra a doença.
Queiroga, por sua vez, disse que não havia pressa em liberar a vacina porque não existe uma “situação de emergência”.
O Brasil é o segundo país do mundo em número de mortes por Covid-19 de crianças e adolescentes e, segundo um levantamento feito pelo jornal “O Globo” com dados do próprio Ministério, já são mais de 300 mortes entre crianças de 5 a 11 anos – o que dá uma morte a cada dois dias.
Diversos países no mundo já estão vacinando as crianças com a mesma fórmula aprovada pela Anvisa em dezembro, uma versão mais reduzida da vacina da Pfizer/BioNTech, como as nações-membros da União Europeia e os Estados Unidos. Outros países, como China e Chile, por exemplo, também usam a CoronaVac, da Sinovac Biotech, para a imunização dos pequenos a partir dos 3 anos.
Da AnsaFlash