Relatório da PF aponta que Aécio Neves ligou 46 vezes para Gilmar Mendes em 2 meses

Entre 16 de março e 13 maio deste ano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) ligou 46 vezes para o ministro Gilmar Mendes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), conforme aponta um relatório da Polícia Federal divulgado nesta quinta-feira (19).

Todas as chamadas foram feitas através do aplicativo WhatsApp e 22 delas chegaram a ser completadas. No período, Gilmar Mendes já era o relator dos quatro processos contra o senador que tramitam no STF, fato que é destacado pela PF no documento.

“No material analisado, embora sem conteúdo probatório correlacionado aos fatos sob investigação (Operação Patmos), destacam-se os registros verificados nos aparelhos celulares utilizados pelo Senador Aécio Neves, nos quais se evidencia os seus contatos frequentes com o Ministro do STF, Gilmar Mendes, relator de quatro inquéritos em que ele aparece como investigado”, diz o relatório.

As ligações não foram monitoradas pela PF, portanto não se sabe o teor das conversas entre Gilmar e Aécio.

Em uma série de chamadas, realizada em 25 de abril, a Polícia Federal aponta uma coincidência: naquele dia, o ministro mandou suspender o interrogatório ao qual o senador seria submetido, referente à suspeita que Aécio participava de um esquema de corrupção envolvendo Furnas. Foram cinco ligações não completadas e uma conversa de 24 segundos.

Os celulares de Aécio e outros itens foram apreendidos em 18 de maio durante a operação Patmos, fase da Lava-Jato. Nas informações coletadas também havia indicações de contados do senador com o empresário Joesley Batista, da JBS.

Defesa

Em nota, a defesa de Aécio Neves armou que ele apenas que “mantém relações formais com o ministro Gilmar Mendes”. Segundo os advogados do senador, como o jurista é presidente do TSE, e Aécio, do PSDB, os contatos foram “para tratar de questões relativas à reforma política”.

Os advogados também disseram que o parlamentar conversou sobre a suspensão do depoimento com Mendes.

Já o ministro, através de sua assessoria, deu a mesma versão e disse que “manteve contato constante, desde o início de sua gestão, com todos os presidentes de partidos políticos para tratar da reforma política”. Segundo os representantes do magistrado, as conversas feitas em abril foram para do projeto de lei de abuso de autoridade, que estava em debate no Senado na época.

Da Band News

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