Probabilidade de quebra na safra de soja devido a estiagem faz Governo de MS buscar apoio junto à União

Previsão era colher 12,7 milhões de toneladas de soja, mas com estiagem isso já não deve ocorrer – Divulgação

Em reunião virtual realizada na manhã de segunda-feira (3) com secretários de Agricultura dos Estados das Regiões Sul e Centro-Oeste e diretores do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), o secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), informou que o Governo do Estado já trabalha com a probabilidade de quebra na safra de soja devido à estiagem e busca apoio do Governo Federal para reduzir os impactos junto ao setor produtivo e na economia.

“Tínhamos a estimativa de colher 58 sacas por hectares. Seria uma safra recorde porque nossa área plantada é a maior da história, com 3,8 milhões de hectares. Portanto a previsão era colher 12,7 milhões de toneladas de soja, mas isso já não deve ocorrer. Não temos estimados o tamanho das perdas, os técnicos sairão agora a campo fazer esse estudo, porém em algumas lavouras da região Sul, que concentra 65% da área plantada com soja, já tivemos perdas consolidadas”, afirmou Jaime Verruck.

O secretário em exercício da Semagro, Ricardo Senna, frisou que o Monitor de Seca da ANA (Agência Nacional de Água) indica que todos os municípios de Mato Grosso do Sul estão enfrentando seca de moderada a extrema. “As chuvas estão entre 40 a 50% abaixo da média histórica e a tendência é essa situação perdurar até março”, disse.

Um dos técnicos do Mapa que participou da reunião foi o diretor do Departamento de Gestão de Riscos do ministério, Pedro Loyola. “Com ele, tratamos sobre o pagamento de seguro de lavoura e de outros assuntos ligados ao ProAgro. Ele fez ponderações sobre questões como o nível de cobertura dos contratos. Nós expusemos que há uma preocupação de que o aumento de demanda junto aos bancos provoque algum tipo de represamento do seguro lavoura. Ficou definido que o Mapa vai atuar junto aos bancos e que também vai solicitar ao Ministério da Economia e ao Conselho Monetário Nacional que haja uma negociação mais ampla no que diz respeito ao crédito”, informou Ricardo Senna.

Na manhã desta segunda-feira (3), o governador Reinaldo Azambuja, após reunir-se com as diretorias da Famasul e Aprosoja, anunciou que o Governo do Estado vai decretar situação de emergência nas 79 cidades do Estado, em função da seca e estiagem. O documento será publicado amanhã (4), no Diário Oficial do Estado.

Na quarta-feira (5), técnicos da Semagro, da Embrapa e de outras instituições se reúnem para tratar dos impactos da seca na produção agrícola do Estado. “O Governo do Estado também vai se reunir com os agentes financeiros que atuam com o crédito rural em Mato Grosso do Sul, como o Banco do Brasil e Sicredi, para avaliação da documentação necessário para as negociações de dívida e de seguro. Além disso, vamos atuar politicamente para que o Governo Federal reconheça, o mais rápido possível, o nosso decreto de estado de emergência, assim como o dos demais Estados.

Ainda no decorrer desta semana, uma equipe técnica do Mapa vem a Mato Grosso do Sul visitar a região de Naviraí, onde praticamente toda a lavoura de soja já foi comprometida pela estiagem, além de outros municípios do Cone Sul e Sul Fronteira.

A escassez de chuvas não ocorre apenas em Mato Grosso do Sul. Todos os Estados da Região Sul estão sentido os efeitos da estiagem. Em Santa Catarina, o secretário de Agricultura Altair Silva reportou perdas de até 80% nas lavouras de milho. No Paraná o problema se repete em menor ou maior intensidade em todas as regiões, conforme o secretário de Agricultura Norberto Anacleto Ortigara.

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