Morre o cardeal Law, pivô de escândalo de pedofilia nos EUA

Religioso esteve envolvido no caso relatado em "Spotlight" - Foto: Reprodução/Twitter
Religioso esteve envolvido no caso relatado em “Spotlight” – Foto: Reprodução/Twitter

O cardeal americano Bernard Law morreu nesta quarta-feira (20), em Roma, aos 86 anos de idade. O religioso ficou mundialmente famoso pelo seu envolvimento no escândalo de pedofilia na diocese de Boston, da qual era arcebispo, e cujo caso fora abordado no longa “Spotlight”, vencedor do Oscar de melhor filme em 2016.

Devido às críticas e acusações de que protegera o padre pedófilo Paul Shaney, Law foi obrigado a renunciar ao seu posto em 2002. Em seguida, mudou-se para Roma, onde atuou como arcipreste da Basílica papal Santa Maria Maggiore, cargo ligado à cúria romana, entre 2004 e 2011.

Law morreu em consequência de uma série de complicações de saúde e a notícia de seu falecimento foi dada pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

O purpurado nasceu em Torreon, no México, em 4 de novembro de 1931, e recebeu sua ordenação em 21 de maio de 1961, sendo nomeado bispo de Springfield-Cape Girardeau em 22 de outubro de 1973. Foi escolhido cardeal no consistório de 25 de maio de 1985, presidido pelo papa João Paulo II. Atuou como arcebispo metropolitano de Boston de 11 de janeiro de 1984 a 13 de dezembro de 2002.

Como retratado no filme “Spotlight”, uma investigação do jornal “Boston Globe” revelou como a hierarquia da Igreja Católica local, liderada pelo cardeal Law, acobertou de forma sistemática os abusos sexuais cometidos por quase 90 padres de Boston durante décadas.

O advogado Mitchell Garabedian, que representa dezenas de vítimas de abusos sexuais cometidos por religiosos católicos em Boston, disse que a morte do cardeal “reabre as velhas feridas”.
“Muitas vítimas se recordaram da dor sofrida. Ele virou as costas a criaturas inocentes e permitiu que fossem abusadas sexualmente”, lamentou Garabedian.

Da AnsaFlash

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