Ministros do STF desejam a volta da corrupção, acusa Bolsonaro

Presidente participou de almoço com empresários em Joinville, disse que não ataca o Supremo e voltou a defender voto impresso

Bolsonaro voltou a defender voto impresso – Valter Campanato/ABr

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (6) que não faz ataques ao STF (Supremo Tribunal Federal), mas em seguida afirmou que parte da Corte “quer a volta da corrupção e da impunidade”. As informações são do R7 com a Reuters.

“O que parte do nosso querido Supremo Tribunal Federal quer? A volta da corrupção e da impunidade. Não estou atacando o Supremo Tribunal Federal”, disse Bolsonaro durante um almoço com empresários em Joinville (SC).

O presidente também lembrou que, na véspera, o presidente do STF, Luiz Fux, mencionou as reportagens com os constantes ataques que faz aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso e, mais uma vez, criticou a imprensa.

“Quem busca informação na mídia já está desinformado. Não ofendi nenhum ministro do Supremo, apenas falei da ficha do senhor Barroso”, afirmou.

Bolsonaro voltou a acusar Barroso, que atualmente preside o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), de ter interesses particulares ao ser contrário ao voto impresso, além de destilar uma série de acusações ao ministro, como de ser favorável ao aborto e contrário à família.

“É esse que fala que as urnas são invioláveis”, afirmou. “Esse tipo de gente quer decidir as eleições do ano que vem. Eu quero e desejo eleições. Limpas, democráticas, sem que de meia dúzia de pessoas sem compromisso com a liberdade conte nossos votos em uma sala escura.”

A proposta de voto impresso defendida por Bolsonaro foi derrotada na quinta-feira (5) na Comissão Especial da Câmara, onde foi analisada por 23 votos contrários a 11 favoráveis. Ainda assim, o presidente insiste em manter a defesa da proposta e o governo pressiona para que seja levada a plenário, apesar das chances ainda menores de ser aprovada.

O presidente tem afirmado, sem apresentar provas, que o sistema eletrônico de votação é passível de fraudes e repetido que a votação eletrônica não é auditável, o que não é verdade já que o sistema pode ser auditado em diferes etapas. Após a votação, há ainda a impressão do Boletim de Urna, que registra em papel o compto dos votos de cada urna.

Reunião

Na quinta-feira, depois de Bolsonaro voltar a atacar Barroso e ameaçar outro ministro do STF, Alexandre de Moraes, que é relator do inquérito das fake news onde Bolsonaro será investigado, o presidente da corte, Luiz Fux, fez um duro discurso e anunciou o cancelamento de uma reunião, ainda sem data, que tentaria abrir o diálogo entre os Três Poderes.

Em seu discurso a empresários, Bolsonaro afirmou que nunca fez nada fora da Constituição, apesar de já ter insinuado mais de uma vez que poderia não haver eleições em 2022 e ter, nesta semana, ameaçado agir fora da Constituição e dito sobre Moraes: “sua hora vai chegar”.

“O que menos existe é harmonia [entre os Poderes], nunca proferi uma só palavra, tive um só ato ou tive uma só posição fora das quatro linhas da Constituição”, afirmou.

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