Influenciadores reagem à matéria do Fantástico sobre jogo de azar

Influenciadores digitais buscam rescindir contratos após reportagem do Fantástico sobre suspeitas de estelionato em plataforma de jogos de azar; empresa refuta alegações.

Foto: Reprodução/Pixabay

Após a veiculação de uma reportagem no programa Fantástico em 17 de dezembro de 2023, influenciadores digitais que mantêm contratos ativos com uma plataforma de jogos de azar estão buscando rescindir seus acordos em massa. Pelo menos 12 personalidades já teriam solicitado a desvinculação.

A retirada de menções à plataforma das redes sociais e a desativação de comentários em publicações promocionais por parte de uma ex-embaixadora da empresa evidenciam o movimento de distanciamento.

A reportagem do Fantástico destacou suspeitas de estelionato em relação a um dos principais jogos da plataforma, conhecido como “Jogo do Aviãozinho”. De acordo com denúncias à Polícia Civil de São Paulo, usuários afirmam terem dificuldades no resgate integral de prêmios.

O jogo aparenta ser uma criação original da plataforma investigada, conforme indicado por informações disponíveis em um site espelho, juntamente com elementos gráficos do jogo que incluem o logotipo da empresa. Sua dinâmica remete aos jogos de cassino da categoria “crash games”, que ganharam popularidade no Brasil em 2022.

As vítimas narraram experiências de ganhos substanciais na plataforma, porém, ao tentarem efetuar os saques, foram confrontadas com alegações de fraude e impedimentos no resgate total. As acusações motivaram não apenas uma crise de imagem para a empresa, mas também a busca ativa de influenciadores pela rescisão de contratos.

Reação de influenciadores à matéria do Fantástico

A polêmica em torno da promoção da plataforma por influenciadores digitais ganhou destaque. Algumas personalidades esclareceram sua relação com a empresa após a reportagem do Fantástico.

Em resposta à matéria, algumas pessoas afirmaram ter encerrado contratos de divulgação com a empresa, enquanto outros reiteraram que mantêm apenas vínculos como influenciadores, sem participação acionária.

Antes da exposição na televisão, um dos influenciadores recorreu às redes sociais para contextualizar o funcionamento dos cassinos online, destacando a uniformidade do setor e sua função como influenciador na plataforma.

Cassinos tradicionais operam fisicamente em cidades como Las Vegas, oferecendo uma variedade de jogos, desde caça-níqueis até jogos de mesa, gerando receita com as apostas dos jogadores. Sites de cassinos, por outro lado, proporcionam uma experiência similar pela internet, permitindo que os usuários apostem em títulos como o “jogo do aviãozinho”, o popular “jogo do tigre” e o “Fortune Ox”.

Ambos os tipos de cassinos dependem da sorte e da probabilidade, mas envolvem riscos, e a responsabilidade é fundamental para os participantes. Um dos influenciadores, aliás, comentou sobre essa necessidade, dizendo que, apesar de divulgar a plataforma, pessoalmente não participa dos jogos.

Plataforma esteve em evidência em junho

A plataforma esteve sob suspeita de envolvimento em 15 processos por roubo em oito estados brasileiros. Sediada em Curaçao, a empresa tem atraído milhões de acessos mensais do Brasil, patrocinando influenciadores e clubes notáveis.

Apesar da popularidade, clientes têm apresentado reclamações sobre decisões arbitrárias, e a dificuldade de acionar juridicamente a plataforma é acentuada pela sua sede estrangeira.

A Justiça de São Paulo ordenou o bloqueio do site, em resposta a uma determinação da Anatel. No entanto, a empresa contorna a decisão com a criação de “sites espelho”, mantendo-se ativa no Brasil.

Empresa se posicionou após matéria do Fantástico

A plataforma de jogos de azar online emitiu uma resposta à reportagem do Fantástico. A empresa refutou as alegações de inconsistências, ressaltando o pedido de arquivamento do Ministério Público em relação a supostos delitos de estelionato e crime contra a ordem econômica. Além disso, mencionou que o bloqueio do site foi revogado por decisão judicial considerada incabível.

A empresa contestou as acusações de práticas ilegais, apontando a declaração da Polícia Federal de que a prática de apostas online no exterior não constitui infração penal. No que diz respeito às reclamações dos clientes, esclareceu que muitas delas são infundadas e relacionadas à violação dos Termos de Uso, como abuso de regras de bônus e criação de múltiplas contas. Essas questões, segundo a nota, são tratadas com transparência pela equipe de atendimento.

A plataforma reforçou seu compromisso com a regulamentação das casas de apostas no Brasil, expressou gratidão pelo apoio dos clientes e comprometeu-se a fornecer serviços com profissionalismo e transparência, ajustando-se às mudanças regulatórias em andamento.

 


*Este artigo é uma publicação paga e não reflete a opinião do site agoraMS

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