Dengue avança e apenas duas cidades não têm casos em Mato Grosso do Sul

Servidores de Dourados circulam pela cidade com objetivo específico de encontrar e destruir focos do mosquito – Foto: Assecom

A dengue está avançando e muitos casos já são registrados em Mato Grosso do Sul. Dos 79 municípios apenas Jateí e Paraíso das Águas não registraram casos em 2023, mantendo zerada a incidência da doença. Segundo o Jornal Midiamax, somente nos três primeiros meses de 2023, o Estado já contabilizou 20.154 casos prováveis de dengue.

O avanço da doença deixa autoridades em alerta no Estado. Na semana passada, nota técnica da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) revelou que Campo Grande já enfrenta epidemia da doença diante do aumento de casos. Até o último dia 29 de março, eram 3.384 casos confirmados e uma morte. Outro óbito de uma criança de 3 anos está sendo investigado.

Os casos de dengue, somado ao surto respiratório registrado na Capital e que acomete principalmente crianças, tem pressionado o sistema de saúde e feito com que unidades básicas, de emergência e hospitais, incluindo os particulares, enfrentem lotação.

Neste sábado (1º), a prefeita Adriane Lopes (Patriota) informou que para controlar a crise na saúde, o município contratará leitos na rede privada.

Dengue em Mato Grosso do Sul

Nas duas cidades, o território pequeno e a quantidade de moradores são apontados como facilitadores no combate ao mosquito Aedes aegypti. Em Jateí, por exemplo, a população estimada é de apenas 4 mil moradores, ainda assim, o prefeito Eraldo Jorge Leite afirma que ações de prevenção foram determinantes para o bom desempenho.

“Já tivemos problema com a dengue no passado e por isso, focamos muito no serviço preventivo, limpando terrenos baldios e conscientizando a população. Nossos agentes de saúde trabalham diuturnamente e tudo isso tem um efeito bem positivo”, comenta.

Eliminador de foco e mutirão de limpeza

Em Paraíso das Águas, entre as principais estratégias adotadas pela Prefeitura está a contratação de dois eliminadores de foco. Servidores que circulam pela cidade com objetivo específico de encontrar e destruir focos do mosquito.

“Além do trabalho desempenhado pelos agentes de endemias, esses dois profissionais rodam a cidade diariamente e vão até terrenos baldios e pontos estratégicos apenas para eliminar o foco. Como o município é pequeno, eles conseguem percorrer toda a região”, detalha o secretário municipal de saúde, Ueder Pereira de Paula.

De acordo com ele, de quatro a seis vezes por ano o Município contrata empresa que faz “arrastão” de limpeza por toda a cidade e disponibiliza caçambas gratuitas para descarte de lixo. “É uma ação que dura de 10 a 12 dias na cidade e faz a limpeza de todos os quintais”, finaliza.

53 cidades na faixa vermelha 

Conforme dados da SES (Secretaria de Estado de Saúde), a maioria das cidades de Mato Grosso do Sul que está na faixa vermelha aparece com incidência acima do indicado para a doença. Batayporã, Bodoquena, Alcinópolis, Antônio João e Jaraguari lideram o ranking negativo.

Outras 17 cidades aparecem na faixa amarela e apenas Paranaíba, Japorã, Eldorado, Nova Alvorada do Sul, Ribas do Rio Pardo, Paranhos e Iguatemi estão na linha verde, com média ainda sob controle.

No cenário nacional, o Estado ocupa a décima posição na lista com mais casos de dengue. Só neste ano, oito pessoas morreram em razão da doença e quatro óbitos estão em investigação, entre eles, uma criança de 3 anos.

Sintomas da doença

Dengue é uma doença causada por vírus e transmitida, principalmente, pela picada de um mosquito da família Aedes, em especial o Aedes aegypti. As causas da dengue podem estar relacionadas à água parada, com desenvolvimento do mosquito. Por isso, as ações de conscientização da Saúde e fiscalização nas residências.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), existem sintomas clássicos da dengue, como dores nas articulações e olhos, fraqueza, dores de cabeça e febre, contudo o diagnóstico deve ser feito durante atendimento médico.

Orientações

Caixas d’água, cisternas, tonéis, tambores e filtros necessitam ser tampados. Até mesmo reservatórios de eletrodomésticos devem passar por uma vigilância frequente, como é o caso de geladeiras e climatizadores.

Verifique se a sua geladeira tem um coletor de água do degelo automático (fica na parte de trás, perto do motor). Caso tenha, é preciso limpar com água e sabão a bandeja onde a água é acumulada, pelo menos uma vez por semana. No caso de climatizadores ou aparelhos de ar-condicionado, é necessário retirar o compartimento, esvaziá-lo e lavá-lo.

Ralos limpos e com aplicação de tela evitam o surgimento de criadouros. Além disso, é importante saber que a água com larvas não deve ser derramada em ralos ou na pia – lugares que podem gerar acúmulo –, mas sim na terra ou no cimento quente.

Um modo de prevenir criadouros é descartar objetos no lugar correto e levar o lixo para fora de casa somente no dia da coleta, por exemplo. Recipientes e sacos plásticos, garrafas, latas, sucatas, ferro-velho, entulhos em construção, tudo isso pode ser foco do mosquito.

Furar o fundo das latas e, se possível, amassar, tampar latas de tinta e deixá-las em local adequado, enviar sacos plásticos para reciclagem, amassar copos descartáveis e manter garrafas com tampas ou viradas para baixo são algumas medidas que podem ajudar a eliminar o acúmulo de água.

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