Maternidade do Hospital Regional de Ponta Porã registra aumento de 14% no número de partos normais

Dados foram apresentados durante audiência pública em Campo Grande sobre humanização do parto no Hospital, que tem se destacado pelo atendimento às gestantes e seus bebes

Parto humanizado no Hospital Regional de Ponta Porã – Divulgação

Foi registrado aumento de 14% no número de partos normais realizados na maternidade do Hospital Regional Dr. José de Simone Neto (Hospital Regional de Ponta Porã). Em comparação entre o primeiro trimestre de 2017 e de 2018, houve a redução de 47% do número de cesáreas. Os dados foram demonstrados na audiência pública realizada em Campo Grande este mês. O convite foi realizado pelo COREN (Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul) e a diretora de Enfermagem do HR, Giulia Brey, apresentou as informações e o modelo de gestão que contribuiu para o aumento de partos normais e a humanização dos partos na maternidade.

O Hospital é credenciado pelo projeto Rede Cegonha, programa do Sistema Único de Saúde (SUS) que propõe a melhoria do atendimento às mulheres durante a gravidez, parto e o pós-parto, e também ao recém-nascido e às crianças até dois anos de idade.

Giulia Brey explicou que, no início da implantação do projeto, tiveram que mudar o quadro de funcionários, além de realizar diversas capacitações para adequação às portarias e diretrizes.

“Logo que o Hospital passou a ter uma nova gestão, nos empenhamos muito para que o serviço prestado às gestantes melhorasse, já que antes não tínhamos nem medicamento de indução de parto. Hoje temos uma equipe formada por enfermeiros obstetras empenhados em atender a mulher na sua totalidade, respeitando o corpo dela, tempo e vontades”, conta a diretora de enfermagem.

Ela também ressalta que a humanização tem feito aumentar os números de partos normais. “Aqui a gestante tem suas vontades respeitadas, ela pode trazer um acompanhante de livre escolha de acordo com a Lei Nº 11.108, pode parir da forma que se sentir mais confortável. Assim que o bebê nasce, temos a hora de ouro, em que o bebê vai direto para o contato pele a pele com a mãe, onde é amamentado na primeira hora de vida e fazemos o corte do cordão tardio, o que permite que o recém-nascido receba nutrientes importantes na primeira hora de vida”.

Julia Paola Arteta, teve a segunda filha de parto normal na maternidade do HR, e elogiou o atendimento que teve durante o parto.

“Eu tive meu primeiro filho há 11 anos atrás aqui no Hospital Regional e o atendimento mudou completamente. Agora nesse meu segundo parto, as enfermeiras foram muito atenciosas, tive liberdade para ficar na posição mais confortável, fiquei uma hora embaixo do chuveiro quente, pois aliviava a minha dor. As enfermeiras orientaram a minha mãe a fazer massagem em mim, também recebi remédios para acelerar meu parto, pois estava muito cansada já. Só tenho a agradecer, pois antigamente não era assim”, contou.

A mãe de Julia, Ramona Rios acompanhou o parto de perto e comentou que se sentiu muito feliz em poder participar deste momento. “Fiquei o tempo todo com a minha filha, as enfermeiras vinham a todo instante verificar se estava bem. Me ensinaram a fazer massagem para aliviar a dor dela e o médico muito querido perguntou se eu queria cortar o cordão umbilical, o que foi muito emocionante para mim. Assim que nasceu, meu neto já mamou e ficou junto a minha filha”, lembra.

Humanização do Parto

A maternidade do Hospital Regional Dr. José de Simone Neto, conta com uma equipe de quatro enfermeiros obstetras, constantes capacitações e educação continuada sobre humanização e partos. Equipamentos para diminuir a dor da mulher como a bola de pilates, barra de apoio e som também são utilizados.  A coordenadora de enfermagem da Obstetrícia e Pediatria, Dyolla Grance, enfatizou a importância de um enfermeiro especialista na maternidade.

“O Estado está apoiando a inserção dos enfermeiros obstétricos nas maternidades, pois temos uma visão mais ampla e mais humana da mulher no período gestacional e do bebê que ela está gerando, e assim, conseguimos ter uma visão integral da mulher. Evitamos o máximo as intervenções, porque nosso objetivo é respeitar o tempo dela de trabalho de parto e respeitar o protagonismo da mulher, pois na verdade não fazemos o parto, quem faz é a mulher, estamos presentes só para dar um auxílio”, esclarece.

Giulia Brey ressaltou que o projeto não é contra cesáreas. “Não somos contra cesáreas, esse tipo de cirurgia, se feita com indicação, serve para salvar vidas”. No entanto, é um procedimento que sem indicação expõe a mulher e o bebê a infecções e riscos como qualquer outra cirurgia. Estamos lutando a cada dia para continuar com o incentivo do parto normal e respeitando a verdadeira protagonista do parto, que é a mulher”, concluiu.

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