Com objetivo de debater sobre a necessidade para que todos tenham acesso a alimentação saudável e equilibrada, a Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul, em parceria com Conselho Regional de Nutricionistas 3ª Região (CRN3), curso de Nutrição da UFMS, Associação Sul-Mato-Grossense de Nutrição (ASMAN), Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável e o SESC realizaram na terça-feira (18), ação em comemoração ao Dia Mundial da Alimentação, na Praça Ary Coelho, em Campo Grande. Para este ano, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) aborda o tema “Não Deixe Ninguém para Trás”.
Para o nutricionista Anderson Holsbach, da Gerência Estadual de Alimentação e Nutrição (GEAN), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), iniciativas como esta são importantes para sensibilizar a sociedade civil e entidades governamentais na busca pela Segurança Alimentar e Nutricional. “No mundo, há cerca três bilhões de pessoas, que estão em situação de insegurança alimentar e nutricional, sendo que mais de 800 milhões de pessoas passam fome. Por outro lado, especificamente no Brasil, entre 7 a 8 de cada 10 habitantes estão com excesso de peso, pelo acesso a alimentos ultraprocessados”.
“Por isso o Dia da Alimentação, proposto pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), visa a transformação dos sistemas agroalimentares, com o lema de não deixar ninguém para trás, tendo como compromisso proporcionar melhor produção, melhor nutrição, melhor meio ambiente e uma vida melhor para todos”, pontua o nutricionista.
A professora do Curso de Nutrição da UFMS e conselheira do Conselho Regional de Nutricionistas – 3ª Região, Osvaldinete Lopes, ressalta que o Dia Mundial Da Alimentação auxilia as pessoas a refletirem sobre suas escolhas alimentares e como essas escolhas afetam a sua saúde em curto e longo prazo. “Nós realizamos a avaliação do estado nutricional e convidando as pessoas a refletirem sobre o tema. Na ocasião, nós arrecadamos alimentos em parceria com o Mesa Brasil e distribuímos frutas para os participantes. Os participantes também receberam as orientações do SESC sobre descarte adequado de resíduos e distribuição de adubo orgânico como forma de incentivar a compostagem”.
Fatores que ampliam a fome
Com uma pandemia em andamento em 2022, conflitos armados, mudanças climáticas, preços em alta e tensões internacionais, as desigualdades sociais e a insegurança alimentar foram aprofundadas, tornando-se uma realidade cruel e injusta. Em todo o mundo cerca de 3,1 bilhões de pessoas não têm acesso a uma dieta saudável e 828 milhões encontram-se em situação de fome.
Apesar dos grandes avanços tecnológicos e aumento da longevidade das populações, muitas pessoas foram deixadas para trás, não sendo beneficiadas igualmente pelo desenvolvimento econômico e social, ficando expostas à pobreza e à fome.
Vivemos em mundo globalizado, onde as economias, culturas e populações estão cada vez mais interligados. Quando alguém é deixado para trás, um elo dessa corrente se quebra. Isso impacta não só a vida dessa pessoa, mas a de todos, porque estamos todos conectados.
O Direito Humano a Alimentação e Nutrição Adequadas (DHANA) está expresso em vários normativos legais em nível nacional e internacional, mas precisamos do engajamento de toda a sociedade para lutar pela exigibilidade desse direito. Não é aceitável que no Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, haja 33 milhões de pessoas passando fome.
Em Mato Grosso do Sul, o Governo do Estado dispõe do Programa Mais Social, auxílio pensado para atender as famílias em situação de vulnerabilidade social, insegurança alimentar e nutricional. O programa paga R$ 300 mensais para beneficiários que têm renda mensal familiar per capita inferior a meio salário mínimo. Ao todo, 100 mil famílias são beneficiárias do Mais Social e estão sendo extraídas conforme dados disponibilizados pelo CadÚnico.
