Representantes do ISI Biomassa debatem com parceiros aproveitamento de biomassa a partir da bocaiuva

Representantes do ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa), de Três Lagoas, participaram, na última semana, em Batayporã, de debate sobre o aproveitamento de biomassa a partir do fruto da bocaiuva. A mesa-redonda “Agenda Codevale 2030: saindo da crise” promoveu discussões para a estruturação de plano de ação regional com foco em um modelo produtivo baseado na bioeconomia circular de baixo carbono.

Promovida pela Prefeitura de Batayporã, Consórcio Público do Vale do Ivinhema (Codevale) e AgroESG, a iniciativa mobilizou parceiros estratégicos dos setores público e privado durante painel com especialistas.

A temática das discussões abordadas foi direcionada para o aproveitamento da biomassa oriunda do fruto da bocaiuva, uma palmeira nativa e com grande potencial de produção de óleo e seus subprodutos.

De acordo com o pesquisador industrial do ISI Biomassa, Hélio Merá, o fruto da bocaiuva, também chamada de macaúba, carrega grande potencial e pode ser utilizado para extração de óleo, ração animal, baseada na torta da polpa e amêndoa; e biocombustíveis, como diesel e bioquerosene de aviação (BioQAV).

“O beneficiamento do fruto irá gerar muitos subprodutos, como o endocarpo e folhas. Estas biomassas residuais podem ser destinadas para obtenção de novos produtos de alto valor agregado”, explicou o pesquisador.

O ISI Biomassa dará todo suporte técnico científico no desenvolvimento de novas tecnologias para aplicação dos produtos obtidos da macaúba.

Parceiros

Para o vice-prefeito da Batayporã, Cacildo Paião, com iniciativas como esta, o município ingressa na rota do desenvolvimento e atrai investimentos. “Agora temos a oportunidade de firmar parcerias importantes que vão colocar o município e todo o Vale do Ivinhema à frente de iniciativas sustentáveis”, salientou.

Além do ISI Biomassa, da AgroESG e da prefeitura, a iniciativa conta com parceiros como a Semagro (Secretaria de Estado do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), Embrapa Agroenergia, Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural, MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e Codevale, a fim de unir esforços de pesquisa para estabelecer uma cadeia de valor integrando para a agricultura familiar.

Segundo o superintendente da Semagro, Rogério Thomitão Beretta, o projeto está em consonância com as políticas públicas do governo estadual no âmbito do programa “MS Carbono Neutro”.

Outro aspecto abordado no debate foi o impacto socioambiental, possibilitando a participação das comunidades locais em toda etapa do processo. “A cadeia produtiva a ser formada integra o processo extrativista e a agregação de valor pós beneficiamento. Para tal, será necessário investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico para o cultivo otimizado e para transformação desta biomassa em produtos finais”, enfatizou o representante da AgroESG, Mike Lu.

Foi realizada também uma visita técnica na Fazenda Flamboyant para conhecer de perto os maciços de macaúba (acrococomia totai). A propriedade possui cerca de 158 hectares dessa palmeira nativa.

Ao final do evento, foi formado grupo de trabalho para a elaboração da Agenda 2030 Codevale para implantação de uma plataforma integrada da pecuária sustentável, com aproveitamento, incialmente, da biomassa de macaúba nativa e posteriormente o cultivo da espécie em sistema de consórcio. Está previsto para 5 de junho de 2023 o lançamento oficial da Agenda Codevale 2030 – Vale do Ivinhema Carbono Neutro.

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