Por cantos homofóbicos em clássico Corinthians pode até perder pontos

Timão será denunciado no STJD por ofensas de teor sexual por parte da sua torcida contra os jogadores são-paulino

Por conta dos gritos homofóbicos proferidos por seus torcedores no empate em 1 a 1 com o São Paulo, no último domingo (14), em Itaquera, pelo Campeonato Brasileiro, o Corinthians corre sério risco de sofrer punições.

A CBF confirmou ao LANCE! que encaminhará ao pleno do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) a súmula do árbitro carioca Bruno Arleu de Araújo, em que é relatada a paralisação da partida por cerca de cinco minutos para que as ofensas de teor sexual por parte dos corintianos contra os jogadores são-paulino. Durante a paralisação, os telões da Neo Química Arena exibiram uma mensagem reforçando sobre a proibição deste tipo de manifestação preconceituosa.

Em nota, a entidade máxima do futebol ainda reiterou que sua Comissão de Ética e Diretoria de Conformidade e Compliance também investigarão o caso. Além da súmula, a promessa é de ‘quaisquer outros dados colhidos sobre o assunto para as devidas providências. Inclusive na esfera pública, se for cabível.’

O time do Parque São Jorge é reincidente nesse tipo de denúncia. Em junho do ano passado, o Timão foi denunciado pelo STJD por arremesso de objetos no gramado, além dos gritos homofóbicos. Condenado, conseguiu um acordo para pagamento de R$ 40 mil.

A mudança para essa edição do Brasileiro, contudo, aconteceu em fevereiro, quando a CBF implantou o seu atual Regulamento Geral de Competições, que prevê penas mais duras para casos não só de ataque à orientação sexual, mas também racismo. Na ocasião, a entidade máxima do futebol brasileiro estabeleceu que o objetivo era o de encerrar até mesmo apelidos pejorativos com rivais, como acontece agora em Corinthians e São Paulo.

No documento estabelecido, a CBF prescreve quatro tipos de punições para casos de homofobia no futebol: advertência, multa de até R$ 500 mil, com o valor a ser revertido em prol de causas sociais, impedimento de registro e transferências de atletas e perda de pontos.

O STJD também mudou seu regimento e prevê penas mais duras. Para atletas, ou integrantes do clube, que praticarem tais ações, a entidade estabelece suspensão de cinco a dez partidas. Para pessoas não envolvidas diretamente com o clube (torcida), a punição é de suspensão pelo prazo de 120 a 360 dias, além de pagamento de multa, que varia de R$ 100 a R$ 100 mil.

O Corinthians se pronunciou sobre o ocorrido por meio de nota.

– O Corinthians volta a repudiar veementemente os cantos homofóbicos relatados na súmula do jogo deste domingo (14/5). Como sempre, o clube alerta continuamente sua torcida, por meio de suas redes sociais e do sistema de som e de telões da Neo Química Arena, com esclarecimentos aos torcedores quanto a ilegalidade dessas condutas. E mais uma vez insistimos com nossa Fiel Torcida para que cessem com atos como esses em nossa arena – publicou o clube.

No dia do jogo, o São Paulo não procurou a Polícia Civil para fazer registro criminal do ocorrido. E o presidente Julio Casares espera que as providências devidas sejam tomadas.

– Os fatos foram relatados pelo árbitro pela súmula e espero que a CBF tome as medidas cabíveis com base no que for documentado.

– Informo que aos 18 minutos do 2º tempo paralisei a partida por 2 minutos devido a gritos homofônicos (seria homofóbicos) da torcida “vamos Corinthians, dessas bichas teremos que ganhar”. Sendo informado no som e no telão do estádio para que os gritos cessassem. Mesmo assim, a torcida continuou gritando efusivamente. E após os gritos cessarem, a partida foi reiniciada. Fato esse comunicado ao delegado da partida e ao chefe do policiamento – escreveu o árbitro Bruno Arleu na sumula do Majestoso.

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