Pesquisadores do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS visitam Portos de Paranaguá e Antonina

Os pesquisadores do Projeto Corredor Bioceânico da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Profa. Luciane Cristina Carvalho (ESAN/UFMS) e Prof. Francisco Bayardo Barbosa (FAENG/UFMS), visitaram os Portos de Paranaguá e Antonina nos dias 23 e 24 de agosto. A ação faz parte do trabalho de levantamento de dados nas áreas de logística e comércio exterior.

“Foi um trabalho importante para analisarmos a dinâmica do comércio exterior nesses portos e dar suporte para nosso estudo de diagnóstico sobre os produtos de Mato Grosso do Sul que poderão ser escoados pela rota bioceânica”, explica a pesquisadora Luciane Carvalho, que realiza estudos no Eixo de Economia.

“Tivemos a oportunidade de analisar como funciona a multimodalidade, com a integração dos ramais rodoviário, ferroviário e marítimo no complexo do Porto de Paranaguá, e quais são as tecnologias utilizadas nesses portos”, afirma o pesquisador Francisco Bayardo, responsável pela pesquisa na área de logística dentro do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS.

Antonina

No dia 23 de agosto, os pesquisadores visitaram os Terminais Portuários da Ponta do Félix (TPPF), em Antonina (PR). Com mais de 334 mil toneladas de cargas diversas, o TPPF registrou aumento de quase 64% na movimentação entre janeiro e maio de 2021, em comparação ao mesmo período do ano passado.

“Entre os produtos que passam pelo Porto de Antonina estão grãos em especial farelo de soja não transgênico que são cuidadosamente movimentados e armazenados para evitar contaminação cruzada, sal e fertilizantes em especial, nitrato de amônio. Uma vantagem é a área para armazenagem que é considerado como entreposto aduaneiro, que permite nas operações de importação e exportação, o armazenamento de produtos, em local determinado, com suspensão do pagamento de tributos e sob controle fiscal. O espaço é alugado e o produto pode ficar armazenado por até um ano, é algo que atrai importadores/exportadores”, explica Luciane Carvalho.

A cabotagem, que consiste na navegação realizada entre portos brasileiros, utilizando exclusivamente a via marítima, também é outro ponto de destaque no Porto de Antonina, conforme avalia o pesquisador Francisco Bayardo. “É um porto que possibilita a movimentação interna de produtos na costa brasileira”, afirma.

Paranaguá

O levantamento de informações no Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) e no Porto de Paranaguá ocorreu no dia 24 de agosto. O Terminal de Contêineres de Paranaguá é o maior terminal de contêineres da América do Sul e é administrado por uma empresa chinesa.

“Durante o nosso trajeto, observamos várias linhas férreas, então o trem chega até o Terminal. É uma estrutura multimodal, com acesso à rodovia e à ferrovia. Outro ponto que observamos é que o calado de Paranaguá é de 12 metros, enquanto o de Antonina é de 8,5 metros”, relata o pesquisador Francisco Bayardo. Calado é a medida da parte submersa do navio, ou seja, a distância vertical entre a parte inferior da quilha e a linha de flutuação.

No primeiro semestre deste ano, foram transportadas 5,6 milhões de toneladas em contêineres nos dois sentidos de comércio (importação e exportação), o que representa um aumento de 12% no volume de carga em relação ao mesmo período de 2020.

“Na área multimodal do terminal, existe um corredor de exportação, a carga chega de trem, é transferida para o armazém, depois para o contêiner e, por fim, para a embarcação. É um processo integrado”, relata a pesquisadora Luciane Carvalho.

Entre os produtos exportados por este terminal estão madeira e açúcar ensacado. “Parte da carne de ave congelada de Mato Grosso do Sul, sendo a China o maior parceiro, além de outras regiões, se desloca via Paranaguá também”, explica.

A visita também incluiu a Administração do Porto de Paranaguá (APP). Na parte a granel, a movimentação é de produtos como milho, soja, açúcar, fertilizantes e mineral líquido. Apenas neste mês, o Porto de Paranaguá registrou movimentação de 4,2 milhões de toneladas em cargas.

Ferrovia

Os pesquisadores do Projeto Corredor Bioceânico da UFMS também foram até a sede administrativa da Rumo Logística, em Curitiba (PR). Na ocasião, foram apresentadas informações sobre as linhas férreas já existentes e novos investimentos.

Um dos temas abordados foi a construção da Nova Ferroeste, que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá (PR). Os governos de Mato Grosso do Sul e Paraná trabalham em conjunto na fase de estudo de viabilidade técnica-econômica. A obra deve ser repassada à iniciativa privada por meio de concessão. O investimento previsto é de R$ 30 bilhões.

Corredor Bioceânico

Realizado com recursos de emenda parlamentar do deputado federal Vander Loubet (PT/MS), o projeto de pesquisa e extensão da UFMS analisa oportunidades e desafios gerados pela construção da rota bioceânica que possibilitará a conexão viária do Centro-Oeste brasileiro aos portos chilenos de Antofagasta e Iquique. O projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Erick Wilke (ESAN/UFMS) e também inclui estudos nos Eixos de Turismo, Direito e História.

“Nossa pesquisa ainda está em andamento, mas o que observamos até o momento é que o Corredor Bioceânico será importante para o transporte de produtos com maior valor agregado, considerando a distância de 2,3 mil km que teremos até a chegada no Porto do Chile”, comenta Francisco Bayardo.

“Avaliamos que a rota poderá trazer novas oportunidades para pequenos negócios, para diversificar a indústria do Estado a partir das possibilidades de importações e para promover a integração econômica entre os países latino-americanos”, afirma a pesquisadora Luciane Carvalho.

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.