Nobel da Paz em 2020 vai para o Programa de alimentação da ONU

PMA foi escolhido por seus “esforços para combater a fome”

Programa Mundial de Alimentação (PMA) forneceu assistência para cerca de 100 milhões de pessoas em 2020 – Foto: EPA

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) das Nações Unidas é o vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2020 por seus “esforços para combater a fome” e prevenir seu “uso como arma de guerra e conflitos”.

Com isso, a ONU volta a ser laureada pelo Comitê Norueguês do Nobel 13 anos depois da vitória do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Antes disso, a Organização das Nações Unidas ou entidades ligadas a ela já haviam sido premiadas em 1954 (Acnur), 1965 (Unicef), 1969 (OIT), 1981 (Acnur), 1988 (Forças de paz da ONU), 2001 (a própria ONU) e 2005 (Agência Internacional de Energia Atômica).

“O Comitê Norueguês do Nobel decidiu entregar o Prêmio Nobel da Paz em 2020 para o Programa Mundial de Alimentação pelos seus esforços para combater a fome, por suas contribuições para melhorar as condições para a paz em áreas afetadas por conflitos e por sua atuação como força motriz nos esforços para prevenir o uso da fome como arma de guerra e conflitos”, diz a comissão.

Segundo o comunicado oficial do Nobel da Paz, o PMA, que tem sede em Roma, na Itália, é a “maior organização humanitária do mundo voltada para a fome e que promove a segurança alimentar”, tendo fornecido assistência para cerca de 100 milhões de pessoas em 88 países em 2019.

“A pandemia de coronavírus contribuiu para um forte crescimento no número de vítimas da fome do mundo. Em países como Iêmen, República Democrática do Congo, Nigéria, Sudão do Sul e Burkina Fasso, a combinação de conflito violento e pandemia levou a um aumento dramático no número de pessoas vivendo à beira da fome. Frente à pandemia, o Programa Mundial de Alimentação demonstrou uma habilidade impressionante de intensificar seus esforços. Como a própria organização declarou, ‘até que tenhamos uma vacina, a comida é a melhor vacina contra o caos'”, justificou o comitê norueguês.

A comissão ainda afirma que fome e conflito armado estão conectados por um “ciclo vicioso” e que a primeira só deixará de existir quando as guerras terminarem. “O Comitê Norueguês do Nobel também gostaria de enfatizar que prover assistência para aumentar a segurança alimentar não apenas previne a fome, mas também pode aumentar as perspectivas de estabilidade e paz”, afirma.

Segundo o órgão, a escolha do PMA tem como objetivo “voltar os olhos do mundo para as milhões de pessoas que sofrem com a ameaça da fome. “Como a maior agência especializada da ONU, o Programa Mundial de Alimentação é uma versão moderna dos congressos de paz que o Prêmio Nobel da Paz pretende promover”, conclui.

Em uma mensagem no Twitter, o PMA enviou “profundos agradecimentos” ao comitê do Nobel e disse que sua vitória é um “lembrete poderoso de que a paz e a ‘fome zero’ caminham de mãos dadas”.

Outros prêmios

Na última segunda-feira (5), os americanos Harvey J. Alter e Charles M. Rice e o britânico Michael Houghton conquistaram o Nobel de Medicina pela descoberta do vírus da hepatite C. Já na terça (6), o Nobel de Física premiou o britânico Roger Penrose, o alemão Reinhard Genzel e a americana Andrea Ghez por suas pesquisas relativas aos buracos negros.

Na quarta (7), a francesa Emmanuelle Charpentier e a americana Jennifer A. Doudna foram laureadas com o Nobel de Química pelo desenvolvimento do Crispr, uma técnica de edição do genoma. Na quinta-feira (8), a poeta americana Louise Glück faturou o Nobel de Literatura.

Por fim, o vencedor do Nobel de Economia será anunciado na próxima segunda-feira (12), encerrando as premiações de 2020.

Da AnsaFlash 

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