Contribuição sobre movimentação financeira está em estudo pelo governo e seria recriada no texto da reforma tributária em elaboração pela equipe econômica
O presidente Jair Bolsonaro negou nesta sexta-feira (9) que o governo esteja intencionado a recriar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).
Bolsonaro deu a declaração em entrevista a jornalistas na portaria do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, ao ser questionado sobre a proposta em estudo pelo governo para a recriação do imposto.
“Já falei que não existe CPMF. O que ele quer mexer, tudo proposta, não vai depois dizer lá na frente que eu recuei, tudo é proposta. Nós queremos facilitar o imposto de renda, aumentar a base, acabar com algumas deduções, diminuir o imposto máximo de 27,5%, diminuir um pouco. Essa que é a ideia”, disse Bolsonaro.
Pela proposta de reforma tributária em elaboração pelo Ministério da Economia, essa contribuição seria criada para compensar a desoneração da folha de pagamento em todos os setores da economia. O novo tributo teria entre 0,5% e 0,6% sobre as movimentações financeiras.
Segundo o colunista do G1, Gerson Camarotti, integrantes da equipe econômica do governo já foram alertados por deputados de que haverá forte resistência no Congresso para a aprovação de uma contribuição sobre pagamentos e movimentações financeiras semelhante à antiga CPMF.
Ainda durante a campanha, Bolsonaro negou que pretendia recriar o imposto que incide sobre movimentação financeira.
Bolsonaro também foi bem questionado sobre isenção de imposto de renda para quem recebe até cinco salários mínimos. Ele disse que a medida seria boa.
“Falei durante a campanha, sim, tinha conversado com o Paulo Guedes. Vou continuar batendo nesta tecla, porque acho que quem ganha até cinco [salários] mínimos em grande parte, quase todo mundo tem o imposto retornado para eles, se a gente puder facilitar a vida deles. Seria muito bom no meu entender”, declarou o presidente.
O presidente foi questionado se está tratando com a equipe econômica do governo sobre a correção da tabela do imposto de renda (IR) pela inflação. Bolsonaro defendeu a medida.
“Isso eu já falei com eles. Pelo menos corrigir de acordo com a inflação, porque não passou a ser Imposto de Renda, passou a ser redutor de renda. Queremos mostrar que dá para fazer diferente, sabendo das dificuldades que o Brasil atravessa”, afirmou.
Do G1