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Fiems e Famasul defendem reestruturação da cadeia da borracha como opção à agroindústria

Representantes do setor se reuniram nesta terça-feira na Casa Rural – Divulgação

No 2º e último dia do 1º Encontro da Cadeia da Borracha do Estado, realizado pela Fiems e Famasul, os presidentes das duas Federações, Sérgio Longen e Mauricio Saito, defenderam a elaboração de um projeto de reestruturação de toda a atividade para que seja uma nova opção de agroindústria em Mato Grosso do Sul. A segunda parte do evento, que começou na segunda-feira (11/03) no Edifício Casa da Indústria e teve continuidade nesta terça-feira (12/03) na Casa Rural, teve apresentação técnica com representantes da Bioworldtec, empresa de biotecnologia para o agronegócio, a produtores rurais e empresários de seringais de Mato Grosso do Sul. 

Segundo Sérgio Longen, o objetivo é que o projeto comtemple todos os elos da produção de borracha, desde o plantio até a industrialização. “Nossa ideia é olhar o início, o meio e o fim de toda a cadeia e, por isso, estamos promovendo essa reunião aqui com os produtores rurais, que fazem parte do início da produção. É importante que todos aqui conheçam o que esperamos com essa produção e que, a partir de técnicas de manejo diferentes, possamos conseguir produzir diversos produtos a partir da borracha natural. A intenção é construir uma nova atividade econômica em Mato Grosso do Sul”, afirmou. 

Ele acrescentou que já existe interesse de uma empresa de beneficiamento de borracha se instalar no Estado. “Essa é uma empresa que se interessou pela nossa produção atual, mas temos uma série de possibilidades de produtos que são feitos com a borracha natural, então é interessante conhecermos essas alternativas e discutirmos a possibilidade de atrais outras indústrias, de diferentes ramos, que também podem se interessar pela nossa produção”, completou. 

Na mesma linha, Mauricio Saito reforçou a importância de ampliação do leque de atividades econômicas do Estado. “A partir de levantamentos do Senar, podemos afirmar que Mato Grosso do Sul tem um grande potencial para a heveicultura, que é a cultura de seringueira para produção de borracha natural, e é uma oportunidade de ampliarmos o número de atividades agrícolas que desenvolvemos em nosso Estado, podendo gerar mais emprego e renda para o homem do campo”, considerou. 

Polo de referência científica 

Para o CEO da Bioworldtec, Gilmário Libório, o projeto traz a oportunidade de Mato Grosso do Sul se tornar o primeiro polo de referência científica de desenvolvimento da cadeia de borracha do Brasil. “Nossa empresa tem o objetivo de criar uma cultura sustentável na produção da borracha e temos uma série de produtos que podem auxiliar no manejo e na produção, melhorando a produtividade, e podemos contribuir tecnicamente com esse projeto, mas acredito que o grande diferencial é que temos parceria com universidades na produção de pesquisa que pode ajudar o Estado a se tornar uma referência científica na área”, destacou. 

Na avaliação do CRO da Bioworldtec, Marcelo Cavarsan, responsável pela área de estratégia e gestão de risco da empresa, o encontro para elaboração de um projeto de reestruturação da cadeia da borracha representa uma nova história para o setor em Mato Grosso do Sul. “É um mercado que apresenta boas oportunidades e a ideia aqui é justamente discutir as possibilidades de agregar ainda mais valor ao que for produzido pelos seringais de você, porque com a borracha, é possível produzir cerca de 40 mil produtos”, pontuou. 

Com mais de 40 anos de atuação na área da borracha, o engenheiro químico Eduardo Budemberg, que é diretor de tecnologia da Bioworldtec, apresentou novas tecnologias desenvolvidas pela empresa para melhorar a produtividade das seringueiras, principalmente com relação à estimulação para aumentar a produção de látex. “Penso que seja muito importante termos essa oportunidade de discussão aqui, com produtores rurais, em um Estado que tem demonstrado interesse em desenvolver a cadeia da borracha, que tem grande potencial para heveicultura, pois tem um solo propício. Sem falar que o Brasil é carente de borracha natural, importando 65% do total de borracha natural consumida aqui”, ressaltou. 

Repercussão 

Presente ao encontro, o presidente da Comissão Permanente da Indústria, Comércio e Turismo da Assembleia Legislativa, deputado estadual Capitão Contar (PSL), colocou-se à disposição para levar o tema para ser discutido no ambiente político. “Acredito que é interessante termos essa discussão, ouvindo todos os setores para poder entender como a Assembleia pode ajudar, seja na elaboração de novas leis ou ajudando a levar temas importantes para serem discutidos no Congresso Nacional”, disse. 

Na avaliação do diretor-coorporativo da Fiems, Cláudio Alves, o 1º Encontro da Cadeia da Borracha do Estado é de extrema importância para a retomada de um projeto iniciado há alguns anos no Estado. “Estamos procurando envolver todos os segmentos ligados à cadeia da borracha, por isso hoje temos essa discussão com os produtores rurais, que são o primeiro elo dessa cadeia, mas é interessante que todos os agentes estejam comprometidos e buscando fazer com que isso saia do papel”, salientou. 

O presidente da Aprobat (Associação dos Produtores de Borracha de Aparecida do Taboado e Região), Eduardo Antônio Sanches, defendeu políticas e eventos que tragam mais conhecimento técnico sobre as inovações na produção de borracha. “A heveicultura em Mato Grosso do Sul é muito nova, com uma cultura de seringueira que foi iniciada em 2009 e que só agora começou a produzir. A grande expectativa é que a partir de 2022 Mato Grosso do Sul saia da 11ª posição e passe figurar em 5º lugar no ranking de produção de látex do País. Por isso eventos como esse são muito importantes e esse projeto é fundamental para desenvolvermos a atividade no Estado”, reforçou. 

O produtor rural Agnaldo Gomes, que cultiva seringueiras na região de Cassilândia, parabenizou a Fiems e a Famasul pela realização do evento. “Avalio como importante o que as duas federações estão fazendo, porque tenho viajado o País e até agora não vi nenhum Estado promovendo ações de apoio à heveicultura, sem falar na oportunidade que estamos tendo aqui de ter acesso às novas tecnologias e produtos que podem ser utilizados para otimizar a produção”, comentou. 

Para o produtor rural Maurício Palombo, de Paraíso das Águas, o projeto de reestruturação da cadeia da borracha é uma grande conquista. “A heveicultura veio como uma promessa para nós e só agora estamos vendo um sonho ser realizado. Estou muito feliz em ver nesse encontro duas federações fortes envolvidas e querendo desenvolver uma atividade bastante promissora e trazendo para a mesa de discussão o poder público, para que conheça e entenda as nossas dificuldades ao mesmo tempo em que uma empresa de biotecnologia nos apresenta inovações para a produção”, finalizou.

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