EUA cobram da China posicionamento contra Rússia

Secretário e ministro se reuniram por cinco horas na Indonésia

Antony Blinken em encontro com Wang Yi em 2015, quando o americano era vice-secretário de Estado – Foto: ANSA

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, se reuniram neste sábado (9) em Bali, na Indonésia, e concordaram sobre a necessidade de melhorar as relações entre os dois países, mas mantiveram a distância em temas como Rússia e Taiwan.

O encontro durou cerca de cinco horas e foi o primeiro entre Blinken e Wang desde outubro passado, ainda antes da invasão russa à Ucrânia.

Nos últimos nove meses, as relações entre Washington e Pequim se deterioraram progressivamente, tendo como pano de fundo a guerra russo-ucraniana e as iniciativas do presidente Joe Biden para ampliar a área de influência dos EUA na região do Indo-Pacífico.

Durante a reunião, Blinken cobrou da China um posicionamento claro contra a Rússia e mostrou preocupação com o alinhamento entre Pequim e Moscou. “Este é um momento no qual todos devemos nos colocar de pé para condenar a agressão [à Ucrânia]”, disse o secretário.

Outra questão delicada no encontro foi a de Taiwan. Blinken expressou os “fortes” temores do governo Biden a respeito das contínuas “provocações chinesas”, enquanto Wang exortou os EUA a não atrapalharem a “reunificação pacífica” da ilha.

“A partir do momento em que os EUA prometeram não apoiar a independência de Taiwan, deveriam parar de distorcer a política da China única”, afirmou o ministro. Blinken, por sua vez, também contou ter discutido com Wang a “repressão das liberdades em Hong Kong, o tratamento das minorias étnicas e religiosas no Tibete e o genocídio [dos muçulmanos uigures] em Xinjiang”.

Por outro lado, os dois representantes asseguraram seu empenho para “administrar as relações e competições de modo responsável”, de acordo com o americano. Já segundo Wang, existe o interesse em melhorar as relações em diversos campos, da cultura ao clima, mas a China pede a abolição das sobretaxas alfandegárias impostas por Donald Trump contra centenas de produtos.

Da AnsaFlash

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