Estudante da UFGD vai à França em projeto que integra água, alimentos e energia

A estudante Lívia de Moraes, selecionada pelo BRAFAGRI, e a professora Eliana Janet, coordenadora do projeto escolhido – Assessoria

Estudante do quinto semestre do curso de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), a acadêmica Lívia de Moraes Lamar vai realizar o sonho de ter uma experiência acadêmica internacional, já na graduação. Selecionada como bolsista do programa de mobilidade acadêmica Brasil/França Agricultura (BRAFAGRI), ela deve embarcar no segundo semestre para a cidade de Montpellier, na França.

Lívia foi aprovada como participante do projeto “Integrando o Nexus Alimentos, Água e Energia no Ensino das Ciências Agrárias”, coordenado na UFGD pela professora Eliana Janet Sanjinez Argandoña, da Faculdade de Engenharia (FAEN). A iniciativa é uma parceria entre a Universidade de São Paulo – Campus Pirassununga (USP), responsável pelo projeto na figura do docente Paulo José de Amaral Sobral, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a UFGD. O resultado do edital de seleção foi divulgado na última semana.

Conforme a professora Eliana Janet, a pesquisa surgiu da necessidade de se integrar os sistemas produtores de alimentos aos geradores de energia, que, atualmente, são competidores por espaço. “São sistemas que precisam trabalhar em parceria, conservando e usando de maneira sustentável os recursos hídricos”, completa a docente, explicando que é a integração dos eixos “água”, “alimentos” e “energia” a base do projeto.

“Os profissionais das ciências agrárias estão intimamente ligados a esse desafio, uma vez que alimentos, energia e água têm sido descritos como os pilares que suportam a segurança da vida humana. Nessa visão, precisamos formar profissionais que atuem de maneira integrada. Do projeto, coordenado pelo professor Paulo José de Amaral Sobral, vinculado à Faculdade de Zootecnia e de Engenharia de Alimentos da USP/Pirassununga, fazem parte, também, a UFPE e nós, da UFGD. Entre os parceiros franceses estão o Instituto Agro Montpellier, o Instituto AgroParis Tech, em Paris, e o Agro Campus Ouest, em Rennes, também na França”, afirma Eliana Janet.

Internacionalização
Com 21 anos de idade, a estudante Lívia é natural de Ivinhema, município sul-mato-grossense a 132 quilômetros de Dourados, onde hoje reside para cursar Engenharia de Alimentos na UFGD. Ela conta que seu interesse pela área surgiu durante suas pesquisas, no período pré-vestibular. “Sempre me considerei uma pessoa mais de exatas e tinha certa afinidade por química. Então, quando conheci o curso me identifiquei bastante e enxerguei a importância da carreira”, relata a estudante. Com foco na indústria alimentícia, as oportunidades da profissão, segundo Lívia, são diversas. “É uma área bem diversificada, o que me ajudou na hora da escolha da graduação, pois consegui visualizar as várias opções de postos de trabalho”, diz.

Sua participação no programa BRAFAGRI se deu após uma troca de ideias com uma colega da universidade que foi selecionada anteriormente e já está na França. “Assim que vi o edital aberto, me interessei pela oportunidade e procurei uma das estudantes que foram selecionadas em edital passado. Foquei nos estudos de francês e na prova de proficiência, passei e fui selecionada”, comemora a jovem.

Para ela, a experiência estrangeira será completamente diferente de outra que já teve com a família, em férias. “Nada como o que o programa poderá me proporcionar, pois eu posso ficar um ano por lá, vivendo na França, cursando minha graduação. Minha expectativa é conhecer essa nova cultura, melhorar no idioma e, principalmente, aprender a forma francesa de estudar e de ser uma profissional da Engenharia de Alimentos. Lá, eles têm uma outra visão, mais ecologicamente sustentável, a solução de problemas na indústria é diferente, a relação entre produtores e consumidores é outra, o que pode agregar muito ao meu conhecimento”, pontua a acadêmica.

A professora Eliana Janet ressalta que a mobilidade acadêmica é uma excelente oportunidade de modernização e adequação dos conteúdos que fazem parte das disciplinas dos cursos de graduação e comemora a participação de Lívia na experiência internacional. “Para nós é uma vivência importantíssima a aprovação da estudante no edital para o período de 2022 a 2023. Estamos providenciando a carta de aceite na instituição francesa, para, em seguida, enviar a documentação ao coordenador principal do projeto, até 4 de abril. Depois disso, o coordenador submeterá os documentos à tramitação da bolsa da estudante, no período compreendido entre 18 de abril e 31 de maio. E a viagem está prevista para agosto de 2022, já que as atividades acadêmicas na França se iniciam em setembro”, conclui a docente.

BRAFAGRI
O programa Brasil/França Agricultura, coordenado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), consiste em projetos de parcerias universitárias nas áreas de ciências agronômicas, agroalimentares e veterinária, além de disciplinas correlatas, exclusivamente em nível de graduação, para fomentar o intercâmbio em ambos os países e estimular a aproximação das estruturas curriculares, inclusive a equivalência e o reconhecimento mútuo de créditos obtidos nas instituições participantes.

A iniciativa de mobilidade, criada em 2005, é voltada exclusivamente para alunos de graduação, em instituições públicas de ensino brasileiras, que comprovem a obtenção de 50% do total de créditos requeridos pelos cursos na ocasião do início do projeto. Os benefícios concedidos aos estudantes selecionados incluem mensalidade, auxílio instalação, seguro saúde, adicional localidade, auxílio deslocamento e auxílio material didático.

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