Estácio de Sá anuncia que vai encerrar curso de jornalismo e acadêmicos se revoltam

A decisão foi repassada aos alunos na última segunda-feira (31). Os acadêmicos pedem para que consigam, pelo menos, se formar

Faculdade Estácio de Sá – Foto: Alexandre Moura

Os alunos do curso de Jornalismo da Faculdade Estácio de Sá de Campo Grande, na última segunda-feira (31), estiveram reunidos por meio de uma videoconferência com a diretoria da instituição e foram informados que o curso não será mais ofertado no próximo semestre.

O comunicado gerou revolta entre os alunos que receberam apenas três opções: migrar para o curso de Publicidade e Propaganda, cursar outro curso EAD (Educação a Distância) ou solicitar a transferência para alguma instituição que oferta o curso de jornalismo. Opções disponibilizadas pelo coordenador, Frederico Kochhamann, via formulário online.

De acordo com os acadêmicos, a reunião foi marcada sem o esclarecimento do assunto e em um horário inacessível para muitos dos alunos, sendo às 18 horas. O comunicado deixou todos perplexos e revoltados, visto que o motivo dado pela instituição é que manter o curso é financeiramente inviável. Conforme a faculdade, há 37 alunos matriculados, distribuídos entre vários semestres.

Depois da videoconferência, uma nova reunião foi solicitada ao coordenador e à direção, que negaram o pedido. Para os alunos, a instituição deveria reaver a decisão e se lembrar que estão tratando de sonhos, vida das pessoas, que se esforçam para se capacitarem em um período pandêmico.

“Eu moro em Sidrolândia e entrei no curso em 2017, passei por tantas coisas, quem é de outra cidade e estuda na capital passa por tantas coisas, é difícil receber uma informação dessas e aceitar quieta, ainda mais quando se está prestes a se formar”, afirmou a aluna Suélen Aparecida Duarte Martins. “Era para eu me formar no primeiro semestre deste ano, mas algumas matérias que eu necessitava fazer não foram ofertadas em semestres anteriores, devido a quantidade de alunos matriculados. Conversei com o coordenador e montamos a minha grade para que eu pudesse me formar no próximo semestre, estou revoltada porque é algo que venho me dedicando há anos, eles precisam cumprir com o que que prometeram, não podemos ser prejudicados”, ressaltou. Segundo ela, há um grupo de alunos que estão na mesma situação.

“De maneira arbitrária, a Estácio destrói não só o nosso sonho, mas também das nossas famílias, onde o pai e a mãe investem na formação do filho para realizar o sonho de vê-los formados. Infelizmente a instituição, até agora, não demonstrou nenhum interesse em conversar conosco para chegarmos a um acordo, no sentido de apresentar solução para continuarmos o curso até a formação. Espero que a direção volte atrás da decisão, para que o tempo e dinheiro investido até aqui não sejam perdidos”, disse o aluno do 5º semestre, Alexandre Pereira de Moura.

“Um descaso total, nós investimos dinheiro, tempo, saúde metal e mil coisas para que conseguíssemos alcançar nosso objetivo de chegar no último semestre e se formar. Faltando menos de dois meses para acabar o semestre, eles dão uma triste notícia dessa e não querem ouvir o lado do acadêmico. Lamentável a falta de respeito com os alunos. Não é apenas um diploma, são sonhos construídos ao longo de anos, que a Estácio de Sá quer destruir”, declarou a aluna do 5° semestre, Layane Borges Costa.

Os acadêmicos têm esperança de que a instituição leve em consideração o apelo para que o curso não seja fechado ou que o compromisso de formar os alunos já matriculados seja honrado. Eles buscam apoio da comunidade em carta aberta e afirmam que entrarão com ação judicial.

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