Como a depressão pode impactar a preparação para o vestibular

Quarentena pode agravar sintomas de depressão e ansiedade

De acordo com a Associação Brasileira de Psicanálise, pelo menos 10% dos jovens brasileiros sofrem de depressão. No mundo, a taxa fica em torno dos 20%, segundo os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Na fase da adolescência, os sintomas mais comuns são mudanças bruscas de humor, queda no rendimento escolar, falta de energia, tristeza, irritabilidade e falta de vontade de realizar atividades cotidianas.

Em ano de vestibulares que demandam muito preparo psicológico do candidato, como Enem, Fuvest, Vunesp e outros, é preciso ficar atento às mudanças emocionais, já que os níveis de depressão e ansiedade podem ser ainda maiores e mais intensos. Isso porque há a pressão e as cobranças por desempenhos altos feitas pelos pais e familiares, somadas à insegurança, comparação e ao medo de errar dos jovens.

Em 2020, esses fatores se unem ao isolamento social e às preocupações com a saúde, já que, com o aparecimento do novo coronavírus (Covid-19), as rotinas mudaram e as aulas de escolas estaduais e municipais foram suspensas. Para os alunos do último ano do Ensino Médio, a situação pode ser preocupante, devido à proximidade dos vestibulares, e, pensando nisso, algumas cidades começam a ministrar aulas à distância.

Mesmo estudando em casa, a saúde emocional e o equilíbrio devem ser levados em conta. “Se o jovem não está encontrando estratégias eficazes para seguir com uma rotina saudável, é o momento de buscar uma orientação psicológica, para não deixar a situação se agravar”, diz Paula Pimenta, psicóloga do Serviço de Atendimento Psicológico do Curso Anglo.

O diagnóstico e o tratamento só podem ser feitos e receitados por um profissional. É importante saber que resultados encontrados na internet não são feitos para serem aplicados em todo mundo, assim como os medicamentos. “É comum as pessoas pesquisarem sintomas e sinais na internet, mas, apesar de algumas informações estarem corretas, existem outros fatores que precisam ser avaliados por um profissional, como o tempo e o início da apresentação dos sintomas, em qual contexto eles surgiram e qual é a sua intensidade, por exemplo”, explica Paula.

Caso o estudante note que já não gosta mais de realizar atividades que antes eram prazerosas e outros sintomas de depressão, deve se consultar com um profissional da área. Deste modo, com um bom acompanhamento, é possível seguir com a rotina de estudos de forma gradual e aos poucos. Por isso, quanto mais rápido o aluno buscar ajuda, maior será a chance de que a depressão impacte pouco em sua preparação para os vestibulares.

Além disso, mesmo que não exista nenhum sintoma ativo, é importante que os candidatos façam atividades físicas, tenham uma alimentação saudável e descansem a mente com livros e filmes que gostem, para equilibrar o tempo com as atividades da rotina de estudos.

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.