Projétil tinha capacidade de voo de mais de 15 mil km
A Coreia do Norte disparou um novo míssil balístico intercontinental (ICBM) que caiu no Mar do Japão, próximo a Hokkaido, informam os governos de Seul e Tóquio nesta sexta-feira (18).
O Comando de Estado-Maior da Coreia do Sul informou que o disparo ocorreu às 10h15 (hora local). “Estamos reforçando nosso monitoramento e a nossa vigilância. O nosso exército mantém uma posição de plena prontidão em estreita colaboração com os Estados Unidos”, diz a nota oficial da instituição, que também enviou jatos militares para a área de fronteira.
Conforme os dados japoneses, o míssil viajou por cerca de 69 minutos e, se tivesse seguido uma trajetória normal e não arqueada e mais elevada, poderia alcançar cerca de 15 mil quilômetros de distância, chegando ao território continental dos EUA.
No entanto, por conta desse voo “diferente”, ele atingiu “apenas” mil quilômetros de distância e uma altitude máxima de 6,1 mil km. Os especialistas estimam que ele atingiu a velocidade Mach 22, ou seja, 22 vezes a velocidade do som.
O disparo ocorreu poucas horas depois da ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte, Choe Son-hui, afirmar que seu país irá tomar ações “mais ferozes” se os EUA e Seul continuarem a aumentar os exercícios militares – e o Japão apoiar. A referência é sobre um recente encontro dos líderes dos três países, Joe Biden, Yoon Suk-yeol e Fumio Kishida.
Há meses, os norte-coreanos estão fazendo lançamentos dos mais variados tipos de mísseis como “alertas” aos vizinhos e aos EUA. No início desse mês, por exemplo, o governo do ditador Kim Jong-un chegou a disparar mais de 20 em um só dia.
Após o teste desta sexta-feira, o premiê japonês disse que o uso do ICBM “é absolutamente inaceitável”, apesar do disparo não ter provocado nenhum dano no país. No entanto, alertou que a área da queda fica a apenas 200 milhas náuticas (cerca de 370km) da costa do Japão.
A Casa Branca condenou “com firmeza” o lançamento de “um míssil de longo alcance” pela Coreia do Norte e afirmou que Biden “foi informado da situação e, junto com o time de segurança, continuará as consultas com aliados e parceiros”.
“Esse lançamento é uma descarada violação das numerosas resoluções do Conselho de Segurança da ONU e aumenta inutilmente as tensões, podendo desestabilizar a segurança da região”, diz a nota.
Além disso, a vice-presidente do país, Kamala Harris, fará uma reunião emergencial com aliados da Ásia e do Pacífico sobre a questão.
Da AnsaFlash
