Durante toda a manhã, 20 representantes dos municípios de Amambai, Bandeirantes, Camapuã, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Dourados, Inocência, Jardim, Maracaju, Nova Alvorada do Sul, Nova Andradina, Paraíso das Águas, Porto Murtinho, Ribas do Rio Pardo, Rio Brilhante, Rio Verde de Mato Grosso, Selvíria, Sonora e Terenos utilizaram a cozinha pedagógica da instituição para fazer os pratos.
Outra contribuição do Senac para o projeto foi a disponibilidade de dois jurados: o chef Arthur Coelho e a nutricionista Melina Ribeiro Fernandes, que – juntamente com outros três – tiveram a difícil tarefa de escolher as receitas vencedoras.
O desafio tem a proposta de valorizar profissionais que preparam a refeição dos estudantes, além de incentivar o uso de produtos da agricultura familiar nas receitas preparadas e estimular uma alimentação saudável. Para a criação dos pratos não foi permitido o uso de alimentos ultraprocessados. Além disso, foi preciso utilizar a carne bovina ou de frango como proteína principal e incluir, no mínimo, três itens da agricultura familiar. Os critérios foram adotados para incentivar os municípios a adquirirem os itens dos produtores locais, uma exigência prevista pelo PNAE, além de estimular a criação de cardápios mais saudáveis a partir de hortaliças, leguminosas e frutas.
Para a gerente do Senac Turismo e Gastronomia, Roberta Pinto, a experiência na cozinha pedagógica da instituição pode ser transformadora para as participantes do desafio. “Quando elas voltarem para os municípios, não levarão apenas as experiências que tiveram no concurso em si – de ganhar ou perder – mas de ter esse contato com uma escola profissionalizante, onde existe todo um regramento e estruturas diferenciadas”, diz.
Na etapa municipal, 838 merendeiras foram capacitadas nos municípios. O coordenador de políticas públicas do Sebrae Cidade Empreendedora, Marcus Faria, afirma que muitas receitas têm apelo afetivo. “Quando as profissionais puderam trazer para o desafio a receita caseira, desenvolver e ganhar a etapa no município, a emoção é diferente, tem gosto de realização pessoal”, afirma.
Uma das finalistas é a merendeira da Escola Polo Municipal Guarani Kaiwá, localizada na reserva indígena Amambai Guapoy, município de Amambai, Ivanilda Nelson Moreira. Ela apresentou a “Sopa Nutritiva”, uma adaptação do guisado, prato típico da etnia kaiowá da qual pertence, feito à base de mandioca, batata doce, chuchu e frango. “Aprendi esse prato com a minha mãe e o sabor é uma lembrança gostosa que carrego da infância.”
Para o diretor-superintendente em exercício do Sebrae/MS, Tito Estanqueiro, a importância da ação está na qualificação profissional dos profissionais, resgate da autoestima da categoria, fortalecimento da agricultura familiar e melhoria na alimentação dos estudantes. “As escolas podem receber uma alimentação saudável com produtos adquiridos do produtor local e as prefeituras conseguem isso fazendo a compra da agricultura familiar por meio do PNAE”.
As vencedoras (1º, 2º e 3º lugares) serão conhecidas em solenidade transmitida ao vivo hoje, às 19h, na sede do Sebrae/MS, por meio do canal do Sebrae no Youtube.