
O rendimento médio do trabalhador brasileiro chegou a R$ 3.378 no trimestre encerrado em fevereiro de 2025, o maior valor da série histórica iniciada em 2012 pela Pnad Contínua do IBGE. O aumento representa uma alta de 3,6% em relação ao mesmo período do ano anterior, superando o recorde anterior registrado no trimestre até janeiro deste ano, quando o valor médio era de R$ 3.365.
Os dados, ajustados pela inflação, refletem o real poder de compra dos trabalhadores. Segundo o IBGE, o desempenho positivo está atrelado à dinâmica do mercado de trabalho, que apresentou uma taxa de desemprego de 6,8%. A pesquisa considera pessoas com 14 anos ou mais, englobando todas as formas de ocupação, formais e informais.
Uma das explicações para o crescimento do rendimento médio está na redução da informalidade. A taxa de trabalhadores informais caiu para 38,1% da população ocupada, ante os 38,7% registrados no trimestre anterior. A maior presença de trabalhadores com vínculo formal contribui diretamente para o aumento da renda, já que esses profissionais costumam ter salários mais elevados.
A pesquisadora Adriana Beringuy, do IBGE, ressalta que o aumento do rendimento também foi influenciado por uma mudança sazonal no setor público. A dispensa de 468 mil trabalhadores temporários, principalmente da educação básica, contribuiu para elevar a média salarial, uma vez que esses profissionais possuem remunerações mais baixas.
Outro fator que influenciou o resultado foi o reajuste do salário mínimo para R$ 1.518 no início de 2025. Mesmo que o impacto tenha sido moderado, ele afetou positivamente a renda, especialmente entre os trabalhadores informais, para os quais o salário mínimo serve como referência de remuneração.
Além do rendimento médio, a massa salarial também bateu recorde, atingindo R$ 342 bilhões. Esse montante representa a soma total dos salários pagos e cresceu 6,2% em um ano — R$ 20 bilhões a mais —, funcionando como um importante motor da economia nacional.
Por fim, a formalização também impactou a cobertura previdenciária: 67,6 milhões de trabalhadores contribuíram para a Previdência Social no trimestre, representando 65,9% dos ocupados — o maior índice desde julho de 2020. Segundo o IBGE, esse avanço reflete diretamente a queda da informalidade e o crescimento do emprego com vínculos legais e garantias trabalhistas.