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Reconstituição de assassinato de Marielle durou cerca de cinco horas

Reprodução, que teve ruas fechadas e até bloqueio do espaço aéreo, terminou às 4h15. Às 2h50, foram feitos os primeiros disparos com balas de verdade para que testemunhas tentassem reconhecer o som e a cadência dos tiros

Reconstituição da morte de Marielle e Anderson – Foto: Reprodução/Globo

Terminou às 4h15 desta sexta-feira (11) a reconstituição do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Com atraso, a simulação começou por volta das 23h da quinta-feira.

Disparos com balas de verdade que simularam a morte da militante e de Anderson foram ouvidos às 2h50. Barreiras acústicas e sacos de areia contiveram o som e o impacto dos projéteis.

Antes, peritos refizeram o trajeto feito pelo carro da vereadora. Na Rua João Paulo I, local do crime, agentes tiraram fotos de veículo semelhante ao alvejado pelos bandidos.

Para a operação, houve cerco do perímetro e restrição do espaço aéreo. As vias, que haviam sido interditadas às 22h, foram liberadas às 4h45.

“Ferramenta imprescindível”
Pouco antes do começo da simulação, o delegado Giniton Lages, titular da Delegacia de Homicídios (DH) da Capital, explicou a importância da operação.

“Como todos sabem, nós não contamos com imagens da dinâmica, nós não temos imagens do momento em que o crime ocorre. Então, em investigações em que esse problema ocorre, a reprodução simulada se mostra uma ferramenta imprescindível”, disse Giniton.

Marielle e Anderson foram mortos na noite do dia 14 de março.

Prova técnica
Fernando Velloso, especialista de segurança da TV Globo, explicou que a reconstituição é uma prova técnica. “É diferente de um testemunho e serve para afastar dúvidas”, resume. “É feito passo a passo, quadro a quadro, uma testemunha por vez. Aí o perito junta todas para ver se encaixam, afastando uma ou outra”, continua.

Velloso esclareceu ainda por que é tão importante determinar a arma do crime. “Antes se pensava que era uma pistola; agora se trabalha com uma submetralhadora. Isso diferencia o atirador. Ele precisa ter certa destreza para acertar tantos tiros num só ponto. E no Rio não temos tantas dessas armas alemãs”, emenda.

Quatro testemunhas que estavam na rua no dia do crime, mas em pontos diferentes, participaram da ação desta quinta e chegaram sob escolta. A assessora parlamentar que estava ao lado de Marielle na noite do atentado foi uma delas.

Os investigadores querem saber se elas reconhecem o som dos disparos – se foi uma rajada ou sequência de tiros – e, assim, ajudar a confirmar a arma usada no crime. A suspeita é que foi uma submetralhadora 9mm.

“É preciso ter a movimentação dos veículos, a percepção auditiva. E com essa percepção auditiva, levantarmos qual o armamento empregado. Se há perícia ou não do atirador para o manuseio dessa arma e como é o disparo realizado. Se esse disparo é em rajada, se é intermitente”, explicou Giniton.

A ação provocou a interdição de quatro ruas da região, o bloqueio do espaço aéreo e mobilizou 200 do Exército e da Polícia Militar para garantir a segurança.

Militares do Exército chegaram de manhã e começaram a colocar plásticos pretos em muros, grades e postes, para impedir a visão de pessoas não autorizadas – incluindo jornalistas.

Últimos momentos
Imagens de câmeras de segurança obtidas pela TV Globo mostraram os últimos momentos de Marielle e Anderson, depois que eles saíram do evento na Lapa.

Às 21h03, a vereadora sai do prédio e se aproxima do carro pelo lado direito. Do lado esquerdo, está a assessora. Por último, chega o motorista Aderson, que logo entra no carro. A assessora também entra. Depois Marielle se senta no banco de trás do lado direito. São as últimas imagens de Marielle e Anderson ainda vivos.

Às 21h04, Anderson dá marcha à ré e parte. Exatamente dez segundos depois, o carro prata estacionado logo atrás começa a sair. Espera um outro carro escuro passar, e segue na mesma direção.

Imagens de câmeras de lojas mostram o que seria a perseguição pelas ruas do Centro do Rio até perto do local do crime. Mas na rua escolhida pelos assassinos para atirar contra o carro, nenhuma câmera registrou o crime.

Do G1

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