O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Correia, adiantou nesta quarta-feira (5) a preparação está sendo feita para a estratégia nacional de imunização de brasileiros quando a vacina contra a covid-19 estiver disponÃvel no paÃs. O assunto foi discutido na Comissão Externa da Câmara dos Deputados destinada a acompanhar o enfrentamento à pandemia.As informações são da Agência Brasil.
Segundo Correia, está sendo feito o mesmo cálculo usado para a vacina contra influenza, cerca de 100 milhões de doses no paÃs. O secretário disse que, tendo em vista as taxas de letalidade desse grupo, idosos e pessoas com comorbidades, como cardiopatia e obesidade, estarão entre os primeiros a receber a vacina. Também estarão no grupo prioritário os profissionais de saúde.
As primeiras 30,4 milhões de doses vão chegar em dois lotes: metade, 15,2 milhões, em dezembro e a mesma quantidade em janeiro. âCom o avanço da ciência, acreditamos que, em dezembro, talvez, já passemos o ano novo de 2021 com pelo menos 15,2 milhões brasileiros vacinados para covid-19 e possamos juntos construir essa nova história da saúde pública do nosso paÃsâ, disse Arnaldo Correia.
Além desses dois lotes, mais 70 milhões de unidades da vacina serão disponibilizadas gradativamente, a partir de março de 2021. O medicamento está sendo desenvolvido pela farmacêutica britânica AstraZeneca, em conjunto com a Universidade de Oxford, e já se encontra em fase de testes clÃnicos em vários paÃses, incluindo o Brasil.
Um acordo entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a biofarmacêutica prevê que, antes do término dos ensaios clÃnicos, o que representaria 15% do quantitativo necessário para a população brasileira, ao custo de US$ 127 milhões. A negociação garante total domÃnio tecnológico para que Bio-Manguinhos, unidade da Fiocruz produtora de imunobiológicos, tenha condições de produzir a vacina de forma independente.
Estrutura
Para acelerar a produção, será utilizada a estrutura de envasamento e rotulagem já disponÃvel na produção da vacina contra a febre amarela no paÃs. Cada frasco terá cinco doses, segundo representes da Fiocruz.
Pelo acordo, a vacina de Oxford produzida no Brasil será distribuÃda apenas ao Sistema Ãnico de Saúde (SUS) e para agências das Nações Unidas. Está em discussão a possibilidade de distribuição para outros paÃses da América Latina.
Compras
Ainda segundo o secretário de Vigilância em Saúde, neste momento, priorizando fornecedores nacionais, o Ministério da Saúde já está preparando a aquisição de seringas, agulhas e o planejamento para a distribuição da vacina no paÃs. Também está em levantamento do pessoal disponÃvel para aplicar a vacina e a capacidade da chamada ârede de friosâ, que são os equipamentos de estados e municÃpios em condições de estocar as doses nos 37 mil postos de vacinação do paÃs.
Questionado sobre a logÃstica de distribuição de doses, Arnaldo Correia disse que, depois da liberação, leva entre 15 e 20 dias. Ele lembrou que cabe ao Ministério da Saúde distribuir para os estados e a estes aos municÃpios.
Sobre um cronograma de liberação da vacina, o diretor do Instituto Bio-Manguinhos da Fiocruz, MaurÃcio Zuma, preferiu a cautela. âTem um grau de incerteza em relação a isso, por isso, a gente está sendo bastante cauteloso. Nosso compromisso é buscar a confirmação desses cronogramas para poder passar para o Ministério da Saúde a para Comissão [externa da Câmara que acompanha ações contra a pandemia do novo coronavÃrus] qual é nossa expectativa concreta de produzir e liberar as doses da vacinaâ, ponderou.