Indicadores de consumo apontam expansão do setor ainda em 2018, mas João Carlos Brega diz que vizinhos estão à frente
Segundo Brega, itens como a geladeira frost free, carro-chefe de uma das fabricantes no país, além de microondas e máquina de lavar roupa, vão seguir tendo um mercado cativo no país, mas sem grandes taxas de crescimentos. De acordo com o jornal Valor Econômico, o setor movimenta o mesmo fluxo de dinheiro desde 2008.
O desempenho deve ser melhor entre outros países da América Latina, como a Argentina e o México. No primeiro caso, Brega afirma que a expansão pode chegar a dois dígitos, enquanto no país da América do Norte o setor vai crescer 5%.
Os dados da Whirlpool, porém, não são tão desanimadores: segundo o Valor Econômico, a receita líquida da empresa cresceu 2,9% levando em conta apenas as operações no Brasil no ano passado. O montante total foi de R$ 9,4 bilhões, mas a base de crescimento é uma queda de 1,8% em 2016.
De acordo com a publicação, a América Latina é responsável por 16% dos lucros totais da companhia e, desse volume, 14% diz respeito apenas ao mercado brasileiro. A consultoria GFK divulgou em março, na contramão de Brega, que as vendas da linha branca no país cresceram 9%.
“Não esperamos uma recuperação significativa na demanda brasileira antes das eleições ou do resultado das eleições. Então, eu diria que certamente não vai piorar, mas não vemos um forte crescimento de um dígito ou dois dígitos no Brasil a curto prazo”, afirmou o CEO mundial da Whirlpool, Marc Bitzer, durante uma reunião no começo do ano com analistas do país.
Em março, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicou um estudo afirmando que o consumo da linha branca no país deverá crescer 3,4% no Brasil ainda neste ano. O autor da pesquisa, o economista José Ronaldo de Souza Jr., acredita que as famílias voltarão a comprar produtos como geladeira, fogão, microondas e máquinas de lavar.
No ano passado, segundo o Ipea, o crescimento do consumo familiar brasileiro foi de 1%. Em 2018, no entanto, os indicadores são melhores: a inflação passou de 8,7% em 2016 para 3,4% em 2017 e a taxa de juros caiu de 14% para 10% nos últimos meses. “Está ficando evidente uma recuperação do consumo que teve impacto bastante significativo no comércio também”, explicou Ronaldo.