Diminuição da área de plantio é atribuída a custo altos e clima instável

Mato Grosso do Sul já plantou 92,6% da área monitorada com milho safrinha até 28 de março, segundo a Aprosoja. Apesar do avanço no plantio, a área destinada ao milho nesta segunda safra caiu para 47% da área da soja, um recuo significativo em comparação aos 75% registrados em anos anteriores. A semeadura cobre aproximadamente 1,9 milhão de hectares, revelando mudanças no perfil produtivo do estado.
Mesmo com a diminuição da área, a expectativa é de crescimento na produção do milho. A projeção aponta para 10,2 milhões de toneladas colhidas, um aumento de 20,6% em relação ao ciclo anterior, impulsionado pela estimativa de produtividade média de 80,8 sacas por hectare. As regiões norte, sul e centro do estado lideram o plantio, com índices acima de 90%, ainda que o ritmo esteja levemente abaixo da média dos últimos cinco anos.
A retração na área de milho é atribuída, principalmente, ao aumento dos custos de produção e à instabilidade climática. O Cemtec prevê chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas entre abril e junho, aumentando o risco de perdas, especialmente nas regiões oeste e sudeste. A Aprosoja alerta que a segunda safra corre sério risco de sofrer com a estiagem, o que pode impactar o rendimento final.
Enquanto isso, a colheita da soja alcançou 93% da área monitorada, com 4,1 milhões de hectares colhidos até o fim de março. A produção foi revisada para cima e deve chegar a 14,6 milhões de toneladas, um crescimento de 18,9% sobre a safra anterior. O aumento foi impulsionado pela produtividade média, que subiu para 54,4 sacas por hectare após amostragem de parte das lavouras.
Ainda assim, os efeitos do clima foram sentidos: cerca de 2,2 milhões de hectares — ou 51% da área plantada — enfrentaram estresse hídrico, sobretudo lavouras semeadas entre setembro e meados de outubro. A colheita da soja também segue abaixo da média dos últimos cinco anos. As regiões norte, nordeste e oeste apresentam lavouras em melhores condições, enquanto outras áreas, como o sudeste e sul, enfrentam maiores dificuldades. A Aprosoja ressalta que os dados são parciais e ainda dependem de novas amostragens e revisão por sensoriamento remoto.