Petrobras tem forte alta no lucro do 2º trimestre, puxado pela venda da TAG

Empresa teve resultado de R$ 18,9 bilhões, alta de 87% na comparação com o mesmo período de 2018.

A Petrobras informou nesta quinta-feira (1º) que teve lucro líquido de R$ 18,9 bilhões no segundo trimestre deste ano, em desempenho puxado pela venda da Transportadora Associada de Gás S.A. (TAG). O resultado representou alta de 87% na comparação com o mesmo período de 2018.

Em relação aos primeiros três meses deste ano, quando a estatal teve lucro de R$ 4,031 bilhões, os números do segundo trimestre representaram aumento de 368%.

A TAG também influenciou o resultado das receitas e despesas operacionais. No segundo trimestre, a receita operacional totalizou R$ 8,6 bilhões, contra uma despesa operacional de R$ 11,3 bilhões ns três meses anteriores.

Segundo a Petrobras, “este resultado reflete o ganho de capital de R$ 21,4 bilhões com a venda da TAG, além da menor provisão para perdas com processos judiciais, em R$ 514 milhões, e ganho com ressarcimento de R$ 309 milhões da Operação Lava Jato”.

Se a venda da TAG for desconsiderada nos cálculos, o lucro líquido ajustado do período foi de R$ 5,2 bilhões. Além da operação da transportadora, a Petrobras também foi ajudada por fatores externos, como os preços do petróleo e a taxa de câmbio.

O lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação (Ebitda) ajustado foi de R$ 32,65 bilhões, alta de 8,6% sobre o mesmo período de 2018.

Alta da gasolina e receita de vendas

A receita de vendas da empresa no segundo trimestre foi de R$ 72 bilhões, um resultado 2,4% maior que os três meses anteriores. Entre os fatores que puxaram essa alta está a elevação da cotação dos preços do petróleo e a variação do dólar, que puxaram uma elevação dos preços da gasolina.

Além disso, também puxaram o resultado fatores como um volume maior de vendas de diesel e gás de cozinha (GLP) no Brasil, além de ganhos maiores com exportações por causa dos preços das commodities.

“Estes resultados positivos foram parcialmente compensados pela redução das vendas das unidades internacionais (R$ 2,3 bilhões), em consequência da venda da refinaria de Pasadena e de empresas de distribuição no Paraguai, e pela redução na receita de vendas com energia elétrica (R$ 1,2 bilhão), refletindo a diminuição dos preços em função da melhora das condições hidrológicas”, informou a Petrobras.

Apesar da alta na comparação com o trimestre imediatamente anterior, a receita de vendas foi 3% menor que no mesmo período de 2018.

Dívida líquida

A empresa encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de US$ 83,7 bilhões – o que representa uma redução de 12,4% na comparação com os US$ 95,5 bilhões dos três meses anteriores.

“No trimestre, houve amortização de US$ 2,2 bilhões, com novas captações de apenas US$ 488 milhões”, disse a Petrobras em comunicado. No entanto, na comparação com o segundo trimestre de 2018, a dívida registrou aumento de 13,6%.

Investimentos

A Petrobras também divulgou os valores dos investimentos do período. No segundo trimestre, foram US$ 2,6 bilhões – sendo a maior parte, US$ 2,1 bilhões, em exploração e produção.

Esses investimentos se concentraram principalmente no desenvolvimento da produção de novos campos de petróleo no pólo pré-sal da Bacia de Santos, na manutenção da produção nos campos maduros; e na melhoria da eficiência operacional das novas plataformas.

O montante de US$ 2,6 bilhões representa uma elevação de 9,9% na comparação com o trimestre anterior, e queda de 17,6% em relação ao mesmo período de 2018.

A Petrobras revisou a meta de investimentos para 2019, de US$ 16 bilhões para um intervalo entre US$ 10 bilhões e US$ 11 bilhões. Entre os fatores que levaram à revisão estão as postergações de projetos e otimizações.

Vendas de ativos

No segundo trimestre, a conclusão da venda de 90% da TAG e de 100% da refinaria de Pasadena, aliados à oferta pública de das ações da BR Distribuidora em julho, resultaram em entrada de caixa de US$ 11,7 bilhões no período.

Ainda em julho, foram assinados contratos para a venda dos Polos Pampo e Enchova e o campo de Baúna, totalizando US$ 1,5 bilhão.

“Essas vendas contribuíram para alcançarmos, em 2019, até o momento, US$ 15,1 bilhões em valor total de transações de desinvestimentos assinadas e concluídas, considerando as transações assinadas em 2018 e concluídas em 2019 (com entrada de caixa de US$ 12,8 bilhões)”, disse a Petrobras.

A empresa tem ainda outros ativos em processo de desinvestimento, como é o caso da Liquigás.

Remuneração aos acionistas

Com a expectativa da melhora do lucro líquido em 2019, a Petrobras informou que seu Conselho de Administração aprovou a antecipação de distribuição de remuneração aos acionistas da empresa, sob a forma de juros sobre o capital próprio (JCP).

O montante total é de R$ 2,6 bilhões, equivalente a R$ 0,20 por ação, superando os R$ 0,10 por ação do trimestre anterior.

Do G1

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