Pesquisadores ligados à Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) dispõem da possibilidade de utilizar-se do supercomputador Santos Dumont, do Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC). Essa possibilidade é resultado de um convênio firmado em junho, entre Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino (Andifes) e o LNCC.
O convênio foi desenhado de forma a incentivar que pesquisadores das universidades federais tenham acesso ao uso do supercomputador, para desenvolver modelos computacionais que sejam úteis às suas pesquisas. Para isso, cada universidade tem direito a um projeto embaixador, com um docente que será referência e dará orientação aos demais pesquisadores.
Na UFGD, o embaixador institucional é o professor Giovani Manzeppi Faccin, que dá aulas nos cursos de graduação e de mestrado em Física, da Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologias (FACET). “O objetivo do macroprojeto embaixador é fornecer aos professores um meio de acesso inicial ao supercomputador. Assim, cada instituição poderá formar uma comunidade local de usuários, que poderão se ajudar mutuamente, tirar dúvidas etc.”, explica Giovani.
Ele relata que a primeira iniciativa no âmbito da UFGD foi realizar uma chamada entre os pesquisadores, enviando uma mensagem ao corpo docente de todas as faculdades, solicitando que os interessados manifestassem sua intenção de utilizar o supercomputador. “A partir disso, foi feita uma reunião com os interessados, em que organizamos equipes de trabalho, em subprojetos. Como a quantidade de vagas foi maior que a de interessados, fizemos uma repescagem entre quem não foi na reunião e adicionamos mais algumas pessoas. Essa etapa inicial de fazer uma chamada entre os pesquisadores na UFGD está finalizada”, descreve Giovani.
O professor explica que o convênio exige que as instituições de ensino façam uma seleção interna, avaliando quais iniciativas de pesquisa e de ensino realmente precisam utilizar o supercomputador. “O acesso não é liberado para todo mundo, sem critério. É preciso justificar esse acesso através do que a pessoa pretende fazer lá”, afirma.
Na UFGD, estão em implantação cinco subprojetos, com pelo menos 10 professores envolvidos. Os projetos visam gerar dados para pesquisas em diferentes áreas do conhecimento, desde as ciências biológicas, da saúde, da computação e das engenharias. A previsão é de que estudantes sejam integrados aos projetos, de modo a disseminar o conhecimento sobre o uso de supercomputadores junto a jovens pesquisadores.
Giovani avalia que essa é uma oportunidade para que professores aprendam a trabalhar com o supercomputador e, após adquirir experiência, possam criar seus próprios projetos no LNCC e trabalhar sem a necessidade de tutoria do embaixador. “Isso abrirá novas vagas no projeto embaixador e ali colocaremos novos interessados. Com o tempo, essa ferramenta poderá passar a fazer parte da rotina de ensino, pesquisa e extensão da universidade. Eu acredito que a incorporação desse tipo de ferramenta nas faculdades da UFGD tem potencial para um impacto muito grande e será um elemento de diferenciação em comparação a outras faculdades e universidades da região, o que poderá atrair mais alunos para a UFGD”, analisa.
Supercomputador
Inspirado no famoso inventor e aviador brasileiro, o Santos Dumont é o maior computador da América Latina dedicado à pesquisa científica e está, pela segunda vez, no top 500 de supercomputadores do mundo.
Instalado em 2015 no LNCC, localizado em Petrópolis-RJ, foi o primeiro no Brasil em petascala – sistemas com capacidade para efetuar pelo menos mil bilhões (1015) de operações por segundo. Em 2019, o Santos Dumont aumentou cinco vezes sua capacidade para conduzir a comunidade científica a um novo patamar de pesquisa e desenvolvimento.
Visite a página do Supercomputador Santos Dumont https://sdumont.lncc.br/.
