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Pesquisadora fala sobre biotécnicas e manejo reprodutivo focando o melhoramento genético animal em evento

Capacitação foi voltada para produtores, técnicos e alunos de graduação – Foto: Geneplus

Em sua 30ª edição, a “Capacitação em melhoramento de gado de corte da Embrapa e Programa Geneplus”, ocorrida entre os dias 17 e 20 de julho em Campo Grande (MS), contou com a participação da pesquisadora da Embrapa Pantanal, Juliana Corrêa Borges Silva, que apresentou o tema “Biotécnicas e manejo reprodutivo para maximizar o melhoramento genético animal”.

Durante sua palestra, Juliana explicou que não há biotécnica reprodutiva que funcione se os índices reprodutivos estiverem baixos: “primeiramente, o produtor deve ter um manejo bem realizado para então aplicar as biotécnicas: seja a IATF, a FIV, ou qualquer outra. A base do melhoramento é uma reprodução bem feita” explicou a pesquisadora.

Manejo reprodutivo

“O manejo reprodutivo se trata em dar condições da vaca parir uma boa cria por ano. Nisso premissas importantes como nutrição e sanidade devem estar inclusas, pois não conseguimos reproduzir se não há condições mínimas para essas premissas.  Assim, a prática da estação de monta (EM) visa concentrar o período de reprodução nos meses mais favoráveis do ano e, por consequência, otimizar os esforços em busca da maior eficiência reprodutiva e produtiva na propriedade. Quanto mais concentrada, isto é, quanto mais curta for a estação de monta, mais centralizada será a estação de parição ou nascimentos, e menores serão as diferenças entre as idades dos primeiros e últimos animais nascidos naquela safra (que chamamos de animais “do cedo” e animais “do tarde”, respectivamente)”, detalhou a pesquisadora.

“Os animais serão mais contemporâneos, facilitando a programação e planejamento das atividades de nascimentos (parição), desmama (desterneiramento), seleção e vendas. A época do ano de estabelecimento da estação de monta coincide com às melhores condições nutricionais das pastagens, que propiciarão melhores condições corporais e de atividade ovariana (ciclicidade) das matrizes, o que é fundamental para ocorrer a eficiência reprodutiva. Se uma propriedade não faz EM, ela tem que começar aos poucos, um exemplo é começar deixando as vacas e touros juntos por seis meses e ir cortando os meses das pontas, até que a estação esteja com 3 ou 4 meses de duração (90 a 120 dias). No Brasil, de maneira geral por causa da distribuição das chuvas, a estação se dá de outubro a fevereiro”, completou.

Segundo ela, para um bom manejo reprodutivo é importantíssimo a realização da coleta de informações de campo, que seja feito todo um registro durante a estação de monta (regra básica em um manejo reprodutivo que visa melhoramento genético), identificando quem são os pais e mães. “Para selecionar o que é bom é preciso que seja feita a comparação do grupo de animais contemporâneos que nascem, que só pode ser feita quando existe essa identificação detalhada. O produtor que participa do programa Geneplus, por exemplo, envia os dados para serem avaliados por uma equipe especializada. Quanto mais detalhados e completos os dados enviados, mais eficaz será o resultado de quais são os animais com melhor genética”, destacou a pesquisadora.

+Cria

Ao longo da capacitação, Juliana mostrou alguns resultados obtidos no projeto +Cria, que objetiva o aumento da produção de bezerros com mais qualidade e o que deve ser observado para alcançar esses objetivos, bem como as técnicas existentes que podem ser aplicadas: bastões marcadores, IATF, utilização de sêmen refrigerado, entre outros.

“Programas de IATF estão sendo utilizados em larga escala por apresentarem inúmeras vantagens, sendo a principal delas a eliminação da observação de cio, evitando a inseminação de vacas no momento incorreto, otimizando a utilização do sêmen e da mão-de-obra. A IATF serve também para concentrar as inseminações e as parições em épocas desejáveis, induzir a ciclicidade de vacas em anestro, diminuir o intervalo de partos, programar as inseminações em um curto período de tempo, controlar a propagação de doenças sexualmente transmissíveis, diminuir os investimentos com touros, padronizar os lotes por categoria e escore de condição corporal e reduzir o descarte e o custo de reposição de matrizes. Essa biotecnologia chegou trazendo inúmeras vantagens, além da possibilidade de massificação do uso de touros melhoradores, animais avaliados geneticamente e que deixarão no rebanho seus descendentes com alto valor econômico. Tornou possível também a utilização de sêmen refrigerado aumentando a prenhes e o uso do sêmen mais caro, como o sexado, em vacas que manifestaram cio, já que a probabilidade dela emprenhar é maior”, concluiu Juliana.

O evento, realizado todos os anos, tem como foco principal a genética, inserida em um amplo contexto de sistema de produção, e visa proporcionar aos participantes uma oportunidade de atualização técnica, fomentando a discussão de temas que possam contribuir para a melhoria da produtividade, qualidade de produto e para a redução de custos. A capacitação foi uma realização da Embrapa Gado de Corte e do Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte – Geneplus.

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