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Papa Francisco recebe vítimas de pedofilia no Chile

Encontro privado deve se repetir nos próximos dias – Foto: Ansa

O papa Francisco recebeu nesta sexta-feira (27) vítimas de abusos sexuais por parte do clero no Chile, duas semanas depois de ter admitido que cometera “graves erros de avaliação” sobre as denúncias de pedofilia no país.

Segundo o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Greg Burke, o encontro ocorreu durante a tarde, mas não será divulgado nenhum comunicado oficial sobre o conteúdo da reunião, por “expresso desejo do Papa”. “Sua prioridade é escutar as vítimas, pedir perdão e respeitar a privacidade dessas conversas”, disse.

Outros encontros devem acontecer nos próximos dias. As três vítimas chilenas que estão no Vaticano são Juan Carlos Cruz, Andrés Murillo e James Hamilton. Não se sabe se Francisco já se reuniu com os três ou se está fazendo conversas individuais.

“Espero que coisas boas saiam desse encontro para muitos em todo o mundo”, disse Cruz no Twitter. O escândalo de pedofilia no Chile gira em torno do padre Fernando Karadima, 87 anos, condenado pelo próprio Vaticano por violência sexual contra menores. No entanto, as vítimas também acusam o bispo de Osorno, Juan Barros, 61, de ter acobertado os casos.

Em sua visita ao Chile, em janeiro, o Papa chegou a dizer que as denúncias contra Barros eram “calúnias”, o que provocou a ira das vítimas e críticas até do cardeal Sean O’Malley, líder da comissão antipedofilia criada pelo pontífice.

Já na viagem de volta a Roma, Francisco pediu desculpas por ter contestado os relatos das vítimas, e, pouco depois, enviou o arcebispo de Malta, Charles Scicluna, para aprofundar as investigações no país latino.

O relatório produzido por Scicluna tem 2,3 mil páginas e depoimentos de 64 vítimas e parentes de pessoas afetadas por casos de abuso sexual. Após ler o documento, que cita outros episódios de acobertamento, o Papa admitiu que cometera “erros de avaliação” sobre o escândalo e convidou os sobreviventes – como eles próprios se autodenominam – para o Vaticano.

Em meados de maio, Jorge Bergoglio deve se reunir com a conferência episcopal chilena e anunciar medidas para combater a pedofilia. Até o momento, o Papa não tomou nenhuma ação concreta relativa ao Chile e não se pronunciou mais sobre o caso específico de Barros.

Entenda

Os casos de pedofilia envolvendo Fernando Karadima começaram na década de 1980, quando Juan Barros era seminarista e homem de confiança do padre. Além disso, era secretário particular do então arcebispo de Santiago, Juan Francisco Fresno.

Juan Carlos Cruz, vítima de Karadima, garante que Barros o viu ser abusado pelo padre. “Como se eu pudesse ter feito uma selfie enquanto Karadima abusava de mim com Barros em pé ao lado dele, vendo tudo”, ironizou Cruz após as declarações do Papa no Chile de que não havia provas contra o bispo, que nega as acusações.

Os denunciantes de Karadima ainda afirmam que Barros, no papel de secretário do arcebispo de Santiago, ignorava as acusações contra o padre.

Da AnsaFlash

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