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Pandemia faz PIB brasileiro aprofundar queda e Brasil entra em recessão

IBGE revisou resultado do 1º trimestre para uma queda de 2,5%, ante leitura anterior de recuo de 1,5%. Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária teve alta de 0,4%.

Shopping em Dourados; PIB tem tombo recorde de 9,7% no 2º trimestre – Foto: A. Frota

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um tombo histórico de 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus, segundo divulgou nesta terça-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, a economia brasileira entra oficialmente em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de encolhimento do nível de atividade.

Trata-se da queda mais intensa desde que o IBGE iniciou os cálculos do PIB trimestral, em 1996. Até então, o maior tombo já registrado no país tinha ocorrido no 4º trimestre de 2008 (-3,9%). Em relação ao 2º trimestre de 2019, a queda foi ainda maior, de 11,4%.

O IBGE também revisou o resultado do 1º trimestre para uma queda de 2,5%, ante leitura anterior de recuo de 1,5%.

A nova recessão, porém, é diferente das anteriores não só pela intensidade como também por ter sido detonada por uma crise sanitária global, que exigiu medidas de isolamento social para a contenção da pandemia de Covid-19. Embora seja uma crise mundial, aqui ela chega com o agravante de ter afundado a economia antes mesmo do Brasil ter se recuperado das perdas da última recessão, de 2014-2016.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.

O resultado do 2º trimestre veio dentro do esperado pelo mercado e pelo governo. Levantamento do G1 mostrou que, de 12 consultorias e instituições financeiras consultadas, 10 projetavam um tombo de entre 8% e 10%.

Entre os segmentos, a maior queda foi na indústria (-12,3%), seguida por serviços (-9,7%). A agropecuária teve alta de 0,4%.

Recessão recorde e perspectivas
Após despencar 3,5% em 2015 e 3,3% em 2016, o PIB brasileiro registrou taxa de crescimento de 1,3% em 2017 e em 2018, desacelerando para um ritmo de 1,1% em 2019. Se no começo do ano, a economia já mostrava perda de fôlego, agora, com o choque provocado pela pandemia, a retomada deverá demorar ainda mais para ser alcançada.

A avaliação dos economistas é que a economia brasileira só deverá recuperar o patamar pré-pandemia em 2022.

A queda recorde em apenas um trimestre supera a perda acumulada em qualquer uma das últimas 9 recessões que o Brasil passou nos últimos 40 anos. Na recente crise de 2014-2016, o tombo foi de 8% no acumulado em 11 trimestres, segundo o Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace), que considera que o Brasil entrou em recessão já no 1º trimestre. Já na recessão de 1981-1983, a perda foi de 8,5% em 9 trimestres.

Mesmo com a reação já observada em setores como comércio e indústria, ainda há muitas dúvidas sobre o comportamento da economia nesta reta final do ano em meio ao encerramento ou enxugamento de medidas de alívio dos reflexos da pandemia no país, desemprego em alta, preocupações sobre o rumo das contas públicas, além de incertezas sobre a evolução da pandemia.

De qualquer forma, a avaliação no momento é que o PIB deverá voltar para o azul no 3º trimestre, tirando assim o país da recessão técnica.

A estimativa atual do mercado é de um tombo de 5,28% do PIB em 2020, segundo a pesquisa Focus do Banco Central. Mesmo com a melhora das previsões nas últimas semanas e redução do pessimismo, ainda deverá ser de longe o pior desempenho anual já registrado pelo IBGE.

Do G1

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