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Na Espanha, Lula defende união internacional para buscar solução para o conflito na Ucrânia

Em reunião com Pedro Sánchez, Presidente do Brasil conversou sobre criação do G20 da Paz e possível acordo entre Mercosul e União Europeia

Presidente Lula durante encontro com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez – Foto: Ricardo Stukert.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpriu, nesta quarta-feira (26/4), os últimos compromissos da primeira viagem ao continente europeu de seu terceiro mandato. Primeiro, esteve no Palácio da Moncloa, em Madri, sede do governo espanhol, para um encontro bilateral com o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez. Depois, foi ao Palácio Real para um almoço oferecido pelo rei Felipe VI.

Se os membros que têm a responsabilidade de dirigir a paz mundial não pedem licença, porque é que os outros têm que obedecer? Então acho que está na hora de a gente começar a mudar as coisas. Está na hora de a gente criar um G20 da paz, que deveria ser a ONU”, disse Luiz Inácio Lula da Silva.

Na Moncloa, representantes de órgãos dos dois países assinaram três acordos de cooperação. Depois, Lula e Sánchez fizeram um pronunciamento conjunto sobre as questões abordadas no encontro, como a retomada das relações diplomáticas entre os dois países, a proteção ao meio ambiente e a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

“Eu tenho dito que o Brasil voltou, e o Brasil voltou porque nós estávamos com saudades do mundo, e o mundo estava com saudades do Brasil. O Brasil ficou praticamente seis anos isolado. A gente não tinha relação com a América do Sul, não tinha relação com a Europa, com a Ásia ou com a África”, disse Lula. “E eu estou aqui hoje para dizer ao presidente Pedro Sánchez que o Brasil está totalmente de volta ao cenário político mundial”.

Parar a guerra – Em seu discurso, o presidente do Brasil também destacou a importância da paz para o crescimento mundial, e que está “incomodado” pelo conflito entre Rússia e Ucrânia. Para ele, apenas a negociação entre as partes, sob mediação e incentivo de vários outros países, pode resolver a questão. Uma responsabilidade que deveria ser do Conselho de Segurança da ONU.

“Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque, não houve discussão no Conselho de Segurança. Quando a França e a Inglaterra invadiram a Líbia, não houve discussão. E agora a Rússia, integrante permanente, também não discutiu. Ora, se os membros que têm a responsabilidade de dirigir a paz mundial não pedem licença, porque é que os outros têm que obedecer? Então acho que está na hora de a gente começar a mudar as coisas. Está na hora de a gente criar um G20 da paz, que deveria ser a ONU”, defendeu.

Para Lula, a integridade territorial da Ucrânia foi violada pela Rússia — algo que o Brasil condena –, mas o mais importante no momento é acabar com a guerra. “Agora não adianta ficar discutindo quem está certo, quem está errado. O que é preciso é fazer parar. Porque você não vai poder discutir um acerto de contas antes de parar os tiros”, afirmou. “É preciso encontrar um grupo de pessoas dispostas a encontrar um meio de parar a guerra.

Porque quando acabar a guerra, você senta em torno de uma mesa e então estabelece o que vai acontecer”.

O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, agradeceu a disposição de Lula e do governo brasileiro de retomar um lugar essencial nas negociações internacionais em busca de uma solução que coloque fim ao conflito. “O Brasil está pedindo que trabalhemos todos juntos pela paz, para acabar com a hostilidade, respeitando a soberania dos países. Digo ao presidente Lula que é muito importante o passo à frente dado pelo Brasil. Agradeço o compromisso do presidente Lula e do Brasil para participar, como potência global que são, para enfrentar os vários desafios que temos pela frente”, disse.

Acordo Mercosul – União Europeia – Em suas falas, os líderes demonstraram otimismo em poder avançar com uma proposta de acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. Coincidentemente, Brasil e Espanha assumirão as presidências semestrais dos respectivos blocos econômicos a partir de julho, o que pode ajudar na negociação do acordo que vem sendo discutido há mais de duas décadas.

“Com o fato de a Espanha assumir a presidência europeia, a gente pode ter uma chance de fechar esse acordo. Até tenho dito internamente no Brasil que é nosso interesse, porque fui presidente oito anos e não consegui fechar”, disse o presidente brasileiro.

Sánchez, por sua vez, disse que tem um “compromisso com o presidente Lula” para acelerar o acordo. “Acho que vamos ter uma conjuntura apropriada, vamos trabalhar para tentar obter esse acordo durante este ano”, explicou.

Cooperação bilateral – Durante o encontro no Palácio da Moncloa foram assinados três acordos de cooperação entre Brasil e Espanha, nas áreas de Educação, Trabalho e Ciência e Tecnologia.

Primeiro, foi firmado um memorando de entendimento entre o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil e o Ministério do Trabalho e Economia Social da Espanha, para cooperação na área trabalhista. A reforma na área realizada pelo governo espanhol é um modelo que o governo brasileiro tem como exemplo para aprimorar as relações.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil e a Finep assinaram uma carta de intenções com o Ministério de Ciência e Inovação e o Centro para o Desenvolvimento Tecnológico e Industrial (CDTI) da Espanha para coordenação de projetos bilaterais de desenvolvimento, pesquisa e inovação entre os países.

Por último, foi fechado um memorando de entendimento entre o Ministério da Educação do Brasil e o Ministério das Universidades da Espanha, com foco na ampliação da cooperação entre os sistemas universitários dos dois países, para facilitar a mobilidade de estudantes entre universidades brasileiras e espanholas.

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