Nesta quarta-feira (27/11), o bloqueio na MS-156, realizado por moradores das aldeias Bororó e Jaguapiru, completa três dias. A interdição da rodovia, que começou na segunda-feira (25/11), é uma manifestação das comunidades contra a falta de água, um problema que há anos afeta cerca de 20 mil pessoas.
Os manifestantes decidiram rejeitar, nesta terça-feira, 26, a proposta do governo estadual de perfurar poços artesianos nas aldeias dentro de 60 dias. Para os indígenas, a solução é insuficiente e o valor de R$ 250 mil, disponibilizado pela Secretaria Estadual da Cidadania, não é adequado para atender às necessidades urgentes. Segundo eles, o montante não cobre sequer a perfuração de dois poços de 50 metros de profundidade, embora não tenha sido realizada uma análise técnica detalhada para confirmar os custos reais.
Apesar de o governo estadual ter assinado um compromisso para articular com a Sanesul a entrega de quatro caminhões-pipa diários, de segunda a sexta-feira, e das lideranças indígenas terem aceitado inicialmente o acordo, a maioria dos manifestantes decidiu continuar com os bloqueios.
Os protestantes exigem compromissos formais dos governos federal, estadual e das prefeituras de Dourados e Itaporã para garantir o envio contínuo de caminhões-pipa e o início imediato das obras de perfuração dos poços. Além da MS-156, outros trechos do anel viário de Dourados também permanecem interditados.