Com o intuito de esclarecer dúvidas e formar disseminadores de uma ação de pode salvar vidas.
O número de transplantes de órgãos no Brasil aumentou em 15,7% no primeiro semestre de 2017, se comparado ao mesmo período do ano passado. Com essa porcentagem o país se mantém em um nível intermediário em um ranking de doações no mundo. No entanto o índice poderia ser mais satisfatório se a população tivesse mais acesso a informação sobre doação de órgãos.
Nesse sentido o Hospital da Cassems de Nova Andradina, em parceria com o Colégio Objetivo, realizou, nesta quarta-feira (25), uma grande ação envolvendo palestras e muito debate sobre a importância da doação de órgãos para salvar vidas. Durante o dia houveram duas conversas com alunos de diversas unidades escolares, com o médico nefrologista de Dourados, Antônio Pedro e a noite houve um grande evento, que lotou a Câmara de Vereadores, com as enfermeiras, Claire Miozzo e Ana Paula Silva das Neves, da Central Estadual de Doação de Órgãos e da Organização de Procura de Órgãos da Santa Casa (OPO).
De acordo com o diretor de unidades hospitalares da Cassems, Flávio Stival, debater assuntos como este na Caixa de Assistência é de suma importância, pois o objetivo principal do trabalho realizado todos os dias é salvar vidas. “A ideia nesta noite é formar disseminadores de uma ação tão importante, que ao mesmo tempo é cercada de dúvidas, medos e tabus, pois é tomada no ato da morte e da dor da perda, por isso que precisamos conscientizar que a doação de órgãos é um gesto de amor e pode salvar muitas vidas. Nosso objetivo é ampliar o debate do tema em toda a nossa rede própria, principalmente nas unidades hospitalares”, ressalta.
Para o gerente do Hospital Cassems de Nova Andradida, Eliezer Branquinho, o momento foi de um debate riquíssimo e que com certeza tirou muitas dúvidas e abriu a mente das pessoas sobre o tema. “Sou um defensor da doação de órgãos e um lutador para que este assunto saia do preconceito e seja normalizado nos campos de debates, por isso promovemos estas ações para os estudantes e para toda a sociedade. Foi uma discussão riquíssima e que nos mostrou o quanto podemos ser solidários, demonstrar nosso amor ao próximo, ao comunicar nossas famílias da vontade que temos de doar órgãos após partirmos”, disse.
Na ocasião a enfermeira Claire Miozzo, da Central Estadual de Transplantes de Órgãos, explicou detalhadamente sobre as legislações e procedimentos que são necessários para que as pessoas se tornem doadores de órgãos e como funciona todo o processo da captação. “As famílias precisam estar informadas da vontade do doador, a captação e o transporte do órgão é de responsabilidade do SUS e momentos como este são importantíssimos para disseminarmos as informações necessárias para que esse momento se torne uma rotina nos hospitais e possamos cada vez mais salvar vidas, afinal a única certeza que temos é que um dia partiremos e saber que ainda podemos ter um gesto único como o de salvar vidas deve ser motivo de orgulho e não de medo”, explica.
A enfermeira da OPO da Santa Casa, Ana Paula Silva das Neves, explicou um pouco sobre como ocorre a ação da captação em si e ressaltou que o diagnóstico de morte encefálica no Brasil é um dos mais seguros do mundo. “Temos exames que garantem a morte encefálica, todo um processo de acolhimento e esclarecimento para as famílias dos doadores e uma estrutura para que a captação seja realizada dando garantias de que a família poderá se despedir do seu ente querido sem haja nenhum dano ao corpo do doador”, conclui.
Atualmente a Central Estadual de Doação de Órgãos de Mato Grosso do Sul já realizou a captação de 15 corações, 868 córneas, 40 corações parados para valvas, 80 fígados, 5 pâncreas, 2 pulmões e 218 rins. A batalha é para que este número aumente cada vez mais.