Home Manchetes

Greve dos caminhoneiros acelera inflação, que fica em 1,11% em junho

Batata-inglesa, que sofreu os maiores aumentos de preços durante a greve dos caminhoneiros, foi um dos ítens que mais puxaram a alta do IPCA-15 em junho – Foto: Ceasa de Maracanaú/Divulgação

Essa foi a maior variação para um mês de junho desde 1995, quando ficou em 2,25%. Alta foi puxada pelo aumento nos preços de alimentos, energia elétrica e combustíveis.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é uma prévia da inflação oficial do país, acelerou de 0,14% em maio para 1,11% em junho, conforme divulgado nesta quinta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o IBGE, a alta foi puxada pelo aumento nos preços de alimentos, da energia elétrica e dos combustíveis. O instituto já previa que haveria alta no indicador deste mês como resultado da greve dos caminhoneiros, que paralisou o país nos últimos dez dias de maio.

Com a aceleração do índice em junho, o acumulado no ano ficou em 2,35%, acima do registrado em junho do ano passado, quando era de 1,62%. O acumulado nos últimos 12 meses foi 3,68%, acima dos 2,70% registrados nos 12 meses anteriores.

Dentre os nove grupos de consumo pesquisados pelo IBGE, três tiveram maior impacto no índice de junho. Foram eles os grupos de Alimentação e bebidas (1,57%), Habitação (1,74%) e Transportes (1,95%). Juntos, os três grupos corresponderam a 91% do índice do mês, segundo o IBGE.

Veja as variações dos grupos pesquisados:

  • Alimentação e Bebidas: 1,57%
  • Habitação: 1,74%
  • Transportes: 1,95%
  • Artigos de Residência: 0,38%
  • Vestuário: -0,08%
  • Saúde e Cuidados Pessoais: 0,55%
  • Despesas Pessoais: 0,22%
  • Educação: 0,01%
  • Comunicação: 0,02%

Comer em casa ficou ainda mais caro

A alta de 1,57% nos preços do grupo dos Alimentos aconteceu depois de ter caído 0,05% em maio. A alimentação no domicílio foi a que mais impulsionou o aumento, segundo o IBGE. De 0,09% registrado em maio, acelerou para 2,31% em junho.

Dentre os ítens alimentícios com maiores altas nos preços, o IBGE destacou a batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%).

A alimentação fora de casa (0,29%) também mostrou aceleração no nível de preços ante a queda de 0,28% registrada em maio.

Custo da energia

A energia elétrica foi o ítem que mais impactou a alta do grupo de Habitação. Com alta de 5,44% na média nacional, a conta de luz representou o segundo maior impacto individual no IPCA-15 de junho.

Segundo o IBGE, além da vigência, a partir de 1º de junho, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionando a cobrança de R$0,05 a cada kwh consumido, foram aplicados reajustes nas tarifas de cinco regiões metropolitanas:

  • Belo Horizonte (11,14%) – reajuste de 18,53% a partir de 28 de maio
  • Recife (8,18%) – reajuste de 8,47% a partir de 29 de abril
  • Salvador (8,77%) – reajuste de 16,95% a partir de 22 de abril
  • Fortaleza (4,18%) – reajuste de 3,80% a partir de 22 de abril
  • Porto Alegre (3,70%) – reajuste de 9,85% a partir de 19 de abril

No grupo dos Transportes, os preços dos combustíveis, que haviam caído 0,17% em maio, tiveram alta de 5,94%. O destaque foi a gasolina, que acelerou de 0,81% em maio para 6,98% em junho) e representou 28% do IPCA-15 de junho. O etanol acelerou em junho (2,36%), após a deflação (-5,17%) registrada em maio. O óleo diesel subiu 3,06%, após a alta de 3,95% de maio.

Ainda no grupo de transportes, as passagens aéreas tiveram queda de 2,12% em junho – menos intensa que a registrada em maio, que foi de -14,94%.

Alta generalizada dos preços no país

O IBGE destacou que a aceleração de preços de maio para junho ocorreu em todas as 11 regiões pesquisadas, com a região metropolitana de Belo Horizonte mostrando o maior resultado (1,37%), influenciada pelos itens gasolina (6,77%) e energia elétrica (11,14%). As regiões metropolitanas de Belém (0,76%) e de Recife (0,95%) registraram índices abaixo da média para o país.

Meta de inflação
Após greve dos caminhoneiros, o mercado tem elevado as expectativas de inflação e baixado as previsões de alta do PIB para este ano. A previsão dos analistas para a inflação em 2018 avançou de 3,82%, na semana retrasada, para 3,88% na última semana. Foi a quinta alta seguida do indicador.

Ainda assim, o percentual esperado pelos analistas continua abaixo da meta de inflação que o Banco Central precisa perseguir neste ano, que é de 4,5% e dentro do intervalo de tolerância previsto pelo sistema – a meta terá sido cumprida pelo BC se o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficar entre 3% e 6%.

Para o resultado do PIB em 2018, os economistas dos bancos baixaram a previsão de crescimento de 1,94% para 1,76% na semana passada. Foi a sétima queda seguida do indicador. Há um mês, a estimativa de crescimento da economia, para este ano, estava em 2,50%.

Segundo analistas ouvidos pelo G1, a greve dos caminhoneiros deve prejudicar o crescimento do país no segundo trimestre. Alguns, inclusive, já reduziram a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre e também do ano por causa da paralisação.

Metodologia
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados entre 16 de maio a 13 de junho de 2018 e comparados com os de 14 de abril a 15 de maio de 2018. O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Do G1

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UM COMENTÁRIO/RESPOSTA

Por favor, digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Sair da versão mobile

Definição de Cookie

Abaixo você pode escolher quais tipos de cookies permitem neste site. Clique no botão "Salvar configurações de cookies" para aplicar sua escolha.

FuncionalNosso site usa cookies funcionais. Esses cookies são necessários para permitir que nosso site funcione.

AnalíticoNosso site usa cookies analíticos para permitir a análise de nosso site e a otimização para o propósito de otimizar a usabilidade.

Social mediaNosso site coloca cookies de mídia social para mostrar conteúdo de terceiros, como YouTube e FaceBook. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

AnúnciosNosso site pode utilizar cookies de publicidade para mostrar anúncios de terceiros com base em seus interesses. Esses cookies podem rastrear seus dados pessoais.

OutrosAlgum conteúdo publicado em nosso site pode incluir cookies de terceiros e de outros serviços de terceiros que não são analíticos, mídia social ou publicidade.