Presidente dos EUA anunciou a saída do tratado ontem (8)
Após a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã, França, Alemanha e Reino Unido anunciaram nesta quarta-feira (9) que vão se reunir com representantes iranianos na próxima segunda-feira (14) para tentar preservar o tratado assinado em 2015.
“Vou me reunir com meus colegas britânico e alemão na segunda-feira, e também com representantes do Irã, para considerar toda a situação”, declarou o ministro francês Jean-Yves Le Drian à rádio RTL.
“Os iranianos devem seguir determinados a permanecer no acordo em troca de ajudas econômicas que os europeus vão tentar preservar”, acrescentou Le Drian.
Ontem (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a retirada de seu país do acordo nuclear iraniano e a retomada das sanções econômicas contra Teerã. A medida foi duramente criticada pelos aliados do governo norte-americano.
O ministro da Justiça da Alemanha, Heiko Maas, disse que Berlim não compartilha a decisão de Washington e vai trabalhar com Londres e Paris para “evitar uma escalada incontrolável na região”. “Nosso objetivo é permanecer no acordo, e isso tem um futuro”, disse ele em nota.
Maas ainda acrescentou que “a insegurança está crescendo e há um risco de que a confiança nos acordos internacionais diminua”.
O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, por sua vez, ressaltou que “em resposta à contínua violação dos EUA e a remoção ilegal de acordo nuclear, conforme solicitado pelo presidente Hasan Rohani, apresentará um esforço diplomático para entender se os membros restantes do acordo podem garantir todos os benefícios para o Irã “.
O pacto firmado durante o governo do ex-chefe de Estado norte-americano Barack Obama em 2015 também envolveu Alemanha, China, França, Reino Unido e Rússia, além da União Europeia (UE) “O resultado determinará nossa resposta”, escreveu o chanceler no Twitter.
A alta representante da UE, Federica Mogherini, afirmou que “enquanto o Irã continuar a respeitar os seus compromissos como tem feito até agora e como confirmado pela Agência Internacional de Energia Atômica em dez relatórios consecutivos, a UE continuará empenhada para a implementação plena e efetiva do acordo”.
Além disso, a União Europeia “lamenta profundamente” a decisão dos EUA. O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, disse que “Trump cometeu um erro: essa eleição não ajuda o processo de paz no Oriente Médio e aponta para o isolamento dos Estados Unidos”.
Enquanto isso, a China lamentou a decisão da Casa Branca. “Todas as partes deveriam agir seriamente e manter a integridade e a seriedade deste acordo”, disse Geng Shuang, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, em entrevista coletiva.
O ministro da Economia turco, Nihat Zeybekci, também criticou a decisão de Trump e afirmou que “por enquanto continuaremos nosso comércio com o Irã”, disse ele.
Já o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul-Gheit, afirmou que “é necessário rever o acordo de ação comum assinado pelas potências internacionais com o Irã”. Para ele, o acordo “é importante, mas não suficiente” porque o Irã “adota políticas que desestabilizam a região”.
Da AnsaFlash