A China assumiu o controle do prédio que servia como consulado dos Estados Unidos em Chengdu nesta segunda-feira (27) após dar a ordem para o fechamento da representação na última sexta-feira (24).
“Às 10h do dia 27 de julho, com base no pedido por parte da China, o consulado em Chengdu foi fechado. Depois, as autoridades chinesas entraram pela entrada principal e tomaram o controle”, informou em nota oficial o Escritório Diplomático do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.
As operações para retirar os materiais e documentos do consulado pelos norte-americanos se intensificaram durante a madrugada desta segunda, com a saída de cinco caminhões com contêineres e grandes caixas de madeira.
O porta-voz do Ministério chinês, Wang Wenbin, voltou a afirmar que a decisão do seu governo foi “uma resposta legítima e necessária às medidas irracionais tomadas pelos Estados Unidos” no caso do fechamento do consulado chinês em Houston, no dia 22 de julho. Washington acusou os funcionários chineses no local de “roubarem propriedade intelectual”, após pessoas registrarem que eles estavam queimando documentos no prédio.
Wenbin acusou os funcionários norte-americanos da representação diplomática de “estarem empenhados em atividades além de suas competências, interferindo nos assuntos internos da China e colocando em perigo a segurança e os interesses chineses”.
Apesar de não citar nominalmente quais eram essas atividades, a mídia local afirma que a questão envolve o recolhimento de informações sobre o Tibete, um território bastante sensível politicamente para Pequim. A cobertura territorial do consulado em Chengdu incluía ações nesse local.
Por sua vez, o cônsul geral de Chengdu, Jim Mullinax, usou as redes sociais para anunciar a saída dos funcionários e lamentou a situação. O norte-americano estava na representação diplomática desde agosto de 2017.
“Como cônsul geral dos EUA em Chengdu, sempre tive a honra de concentrar-me sobre a construção das relações e ao serviço de mais de 200 milhões de pessoas em Guizhou, Chongqing, Yunnan, Sichuan e Tibete. A cada dia, nossos funcionários liberaram vistos para milhares de estudantes e viajantes chineses que buscavam oportunidades para promover trocas reciprocamente vantajosos para os dois países. Nos farão falta as pessoas do sul da China e a amizade que nós instauramos”, afirmou Mullinax.
Da AnsaFlash