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É época de definir que estratégia usar para a estação de monta

Alessandra Nicacio: o diagnóstico de gestação pode ser feito a partir de 40 dias após a monta ou inseminação – Rodrigo Alva

Estamos no período de acasalamento e a primeira decisão a ser tomada é a de definir que estratégia utilizar; se a monta natural ou a inseminação artificial. O fato é que o produtor que quiser melhorar a eficiência de seu rebanho deve ter especial atenção a este momento.

A escolha de que estratégia utilizar deve ser a melhor para a propriedade. O sistema em que o touro permanece com as vacas o ano todo, mesmo sendo ultrapassado, ainda é o muito utilizado, porém não é o mais indicado pelos especialistas. Uma estação de monta sem definição dificulta os controles sanitários, produtivos e reprodutivos do rebanho e pode comprometer os resultados produtivos e econômicos.

O primeiro passo para quem deseja aumentar os índices zootécnicos da propriedade é, então, definir o período da estação de monta e determinar sua duração. Alguns ajustes devem ser feitos no rebanho para iniciar a estação de monta, como o de preparar os animais, tanto as vacas quanto os touros pra se obter melhores resultados.

É também comum, no Brasil, se definir duas estações de monta durante o ano, mas segundo especialistas esta estratégia não é indicada para todos e um dos motivos é porque os nascimentos ocorrem durante um longo período dificultando o manejo, além de incidências de doenças e parasitos nos bezerros que nascem na época das águas. “Concentrar os acasalamentos em um período do ano permite controlar melhor o rebanho, fazer com que os nascimentos ocorram em épocas mais favoráveis, além de se conseguir gerenciar de forma mais objetiva as atividades da fazenda”, diz a pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Alessandra Nicácio.

Para todo o Brasil a melhor época de iniciar a estação de monta é no início das chuvas, garante a pesquisadora que é médica-veterinária com pós-doutorado em reprodução animal. “Produtor que adota a monta natural durante todo o ano e que resolver definir um período deve fazer a mudança de forma gradual”, recomenda a pesquisadora. Estamos em plena estação de monta e para quem está iniciando a atividade recomenda-se realizar uma estação de seis meses – de outubro a março e nos anos seguintes reduzir em 15 dias no final, até atingir a duração ideal, de três meses entre outubro e janeiro. O motivo em iniciar o período nas chuvas é porque nessa época o pasto é abundante e de melhor qualidade, o que é desejável para as vacas que precisam de boa nutrição no período pós-parto e de estabelecimento de nova gestação. Já com os nascimentos ocorrendo no período seco, a vantagem é a baixa incidência de doenças como a pneumonia e o ataque de carrapatos, bernes, vermes e moscas nesse período.

Monta Natural e inseminação artificial são técnicas eficientes

A escolha da estratégia depende do objetivo do produtor. Seguindo com cuidado as etapas da estratégia escolhida ambas podem dar bons resultados. Se o objetivo do produtor é produzir bezerros e não necessariamente a melhoria genética do rebanho a monta natural é uma boa opção, aliás, é a mais utilizada pelos pecuaristas. Já a inseminação artificial é para o produtor que pretende melhorar o padrão genético dos animais. Segundo Alessandra a técnica é eficiente e de custo acessível. Para a inseminação uma das dificuldades é detectar o cio das vacas, porém, hoje há meios de indução e sincronização do cio, técnicas essas que passaram a ser importantes na pecuária de corte, principalmente na criação extensiva.

Alessandra destaca a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como uma técnica eficiente de tratamento hormonal, com ela, segundo a pesquisadora Alessandra, não há necessidade de observar o cio. “Os métodos que promovem a sincronização são seguros e o produtor pode programar a inseminação de vários animais em um único dia”. A pesquisadora diz que esta metodologia é mais onerosa que a monta natural, porém apresenta várias vantagens, como o melhor aproveitamento de mão de obra, concentração de nascimentos em um mesmo período, lotes mais homogêneos, facilidade no diagnóstico de gestação, controle e descarte de vacas, bezerros de melhor potencial, além de indicar que na IATF, esses animais podem ser mais pesados na desmama.

Para Alessandra vale a pena investir na IATF em função dos benefícios que a tecnologia oferece ao rebanho. Além desta outras tecnologias com a finalidade de melhorar a genética do rebanho estão disponíveis como a Transferência de embriões (TE) e a Produção in vitro de embriões (PIV). Hoje o Brasil é o maior produtor mundial de embriões in vitro. Existe a opção de congelar embriões para usar na estação de monta, mas vai depender do objetivo da propriedade sua utilização. “Para a fazenda que trabalha com gado comercial pode não valer a pena investir na PIV, mas para quem produz animais melhoradores, esta é uma boa opção. Com a PIV o produtor pode produzir embriões toda semana chegando a 260 embriões por ano”.

Cuidados com touros e vacas na estação de monta

Primeiro é bom saber que quando se determina a duração de monta, o rebanho fica mais homogêneo por conta da idade semelhante facilitando a engorda e venda dos animais.

A estação de monta deve iniciar no período das chuvas, como já dissemos, porque é quando as vacas estão bem nutridas e o touro tem que ser de boa qualidade, principalmente na monta natural. É bom lembrar que é importante submeter os touros ao exame andrológico. “Touro subférteis comprometem a fertilidade do rebanho ocasionando perdas de produção”, salienta Alessandra, lembrando a importância da realização de um exame completo nos machos visando manter o potencial reprodutivo da categoria. Aliás, a vida reprodutiva de um touro é de dez a doze anos.

Quanto à vaca no período da monta ela deve estar bem nutrida o que pode garantir sua fertilidade. É aconselhável realizar um exame ginecológico antes da estação de monta nesses animais. Uma boa vaca deve produzir um bezerro por ano, o que significa dizer que é necessário que ela esteja prenhe até o 3° mês após o parto. O descarte, segundo a pesquisadora Alessandra, deve ser feito se ela falhar uma ou duas vezes, ou a critério do médico-veterinário que assiste a fazenda. E as vacas de baixa habilidade materna que abandonam o bezerro e as vacas velhas também devem ser descartadas.

Outras informações relacionadas ao tema podem ser conhecidas no site da Embrapa gado de corte www.cnpgc.embrapa.br

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