Um benefício para as empresas americanas é poder tomar empréstimos em dólar no exterior, sem o risco de variação da moeda estrangeira.
Outro é que a taxa de juros dos Estados Unidos não precisa ser alta para atrair investidores globais.
Mas o domínio do dólar no comércio exterior gera ressentimento.
“É preciso criar novas moedas para a gente fazer comércio. Por que Brasil e Argentina têm que fazer comércio em dólar? Essa discussão está na minha pauta e, se depender de mim, vai acontecer na reunião dos Brics e na reunião do G20, que tem que ter mais países africanos”, disse o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em discurso na França, este ano.
Na década de 1960, o então Ministro da Fazenda francês Valéry Giscard d’Estaing criou o termo “privilégio exorbitante” (privilège exorbitant, em francês) para descrever o poder que o dólar confere aos Estados Unidos.
Os últimos 500 anos tiveram três moedas dominantes: o florim holandês, a libra esterlina e o dólar dos Estados Unidos.
O florim holandês foi a principal divisa durante grande parte do século XVII. No início do século seguinte, a libra esterlina tomou seu lugar, retendo a posição até a Segunda Guerra Mundial.
Mas desde então, o dólar dos Estados Unidos mantém o papel de porto seguro dos investidores.
Essa característica afeta a economia dos Estados Unidos de diversas formas. O efeito mais destacado é o valor mais alto do dólar no mercado cambial. O sobrevalor encarece as exportações dos EUA, barateia as importações e encolhe a balança comercial do país.
O segundo é a maior demanda por dólares e ativos financeiros denominados em dólares. Isso eleva os preços desses ativos e a disponibilidade de crédito domesticamente, reduzindo as taxas de juros.
A terceira consequência é o menor custo nas transações internacionais, enquanto a última envolve a transferência de riqueza dos Estados Unidos para o resto do mundo, em tempos de volatilidade na economia global.
O dólar não é a única moeda forte do planeta, apesar de ser a dominante. As 5 divisas listadas abaixo são consideradas moedas fortes:
Euro: moeda corrente em diversos países e lastreada na economia da União Europeia. É estável e amplamente aceita a nível global.
Iene: é uma moeda forte devido à robustez econômica, avanços tecnológicos e elevada produção industrial do Japão.
Libra Esterlina: o Reino Unido possui uma economia estável e madura, e Londres é um importante centro financeiro.
Franco Suíco: a estabilidade econômica, juntamente com a baixa inflação e políticas fiscais prudentes em vigor na Suíça, fazem de sua divisa uma moeda forte.
Dólar Canadense: os sólidos sistema financeiro e economia canadenses, além da abundância de recursos naturais incluindo minério e petróleo, dão ao dólar do Canadá o selo de moeda forte.
Para o real chegar nesse patamar, falta ao Brasil anos de elevado crescimento econômico e desenvolvimento tecnológico, uma grande classe média e pobreza próxima de zero.