Esse é o primeiro curso de Química do Brasil com vocação para o agronegócio e a agroindústria

Docentes iniciaram as atividades com uma visita técnica a Fazenda Santa Rosa em Naviraí – Divulgação/UEMS

O ano de 2025 marca o início do curso de Química Tecnológica e Agroquímica na Unidade de Naviraí da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Como esse é o primeiro curso de Química do Brasil com vocação para o agronegócio e a agroindústria, os docentes iniciaram as atividades com uma visita técnica a Fazenda Santa Rosa em Naviraí/MS com o intuito de realizar uma IMERSÃO no processo de produção agrícola sustentável.

Foram recebidos por parte da equipe da fazenda: Gervásio Kamitani  – Agrônomo, produtor rural; Cintia Granzotti – Bióloga, doutora em doutora em Biotecnologia e Biodiversidade, responsável pelo manejo biológico da propriedade; Caroline Bersi – agrônoma, auxilia no manejo biológico da fazenda; Fábio Taira – agrônomo, administrador da fazenda.

Na recepção na sede da Fazenda foi realizada uma roda de conversa sobre as culturas da propriedade, sobre o manejo sustentável das culturas, sobre o panorama nacional e regional da agricultura, sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores, sobre custos de produção convencional X sustentável.

Gervásio Kamitani explicou sobre como o Brasil e o Agronegócio estão seguindo uma tendência de agricultura mais natural, com o uso de insumos biológicos, manejo de predadores naturais das pragas da lavoura, uso de adubos produzidos a partir de compostagem, entre outras atividades. Com isso, eles verificam que as lavouras conseguem ser cultivadas com um uso muito menor de defensivos agrícolas e fertilizantes.

Com essa tendência, a equipe explicou que grandes empresas multinacionais têm investido também em produtos cada vez mais alinhados a isso.

Apesar destas práticas serem mais sustentáveis a longo prazo, a equipe frisou que ainda não são adotadas por grande parte dos produtores rurais, por vários fatores que incluem até um certo preconceito contra as medidas.

A bióloga, Drª. Cintia Granzotti, explicou a importância da avaliação e análise da microbiota do solo e do reconhecimento das espécies de insetos, bactérias e fungos, que fazem parte do ecossistema da fazenda. Este manejo se iniciou a aproximadamente 6 anos, e eles já veem mudanças principalmente na necessidade do uso de defensivos agrícolas. Em algumas áreas eles já não precisam aplicar, enquanto em outras seu uso é bem pontual.

Durante a visita a plantação a Agrônoma, Caroline Bersi, coletou e mostrou alguns dos insetos presentes na plantação, mostrou fotos dos predadores naturais das pragas e explicou como ocorre a eliminação.

A equipe apontou que a produção agrícola tem sofrido muito com a ausência de chuvas e o calor excessivo, com isso houve grandes perdas em partes da produção, tanto de áreas feitas com manejo sustentável quanto em áreas convencionais, num dos pontos visitados isso foi visível aos docentes.

Os docentes também puderam visitar o laboratório da fazenda, responsável por coletar, identificar, replicar e soltar os inimigos naturais nas culturas. Neste laboratório também são feitos controle de qualidade de produtos biológicos recebidos de grandes empresas, e para controlar os produtos da biofábrica.

Outras informações importantes foram dadas pelo administrador Fábio que explicou a mecanização e informatização da fazenda. Com o conhecimento das características químicas e geográficas da área, traçar as rotas do maquinário para plantio e colheita implica na melhor utilização dos recursos, resultando em um processo muito mais eficiente.

Foi um momento muito importante para que os docentes do curso de Química Tecnológica e Agroquímica se familiarizassem com os termos técnicos da área, os tipos de culturas e manejos, o mercado, as tecnologias que são utilizadas, as dificuldades e principalmente sobre o aumento no manejo sustentável da produção agrícola no Brasil.

A coordenadora do curso, Profª. Daniela Manfroi, ressalta a importância dessa ação: “Nossa equipe docente é altamente qualificada quando o assunto é Química. Vemos isso pois a mais de 20 anos, nosso curso de licenciatura é referência na região devido a qualidade dos nossos egressos. Agora entramos com um novo desafio, uma Química Aplicada ao contexto do Agronegócio, que engloba desde a produção agrícola a agroindustrialização. Nós corpo docente estamos buscando nos aprofundar na dinâmica desse contexto, para podermos oferecer aos nossos alunos aulas mais aplicadas e mais conhecimento sobre o Químico neste mercado tão importante”, disse.

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