O Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, na Holanda, anunciou nesta quinta-feira (8) o início das “análises preliminares” das acusações de crimes contra a humanidade cometidos pela Venezuela. A ideia é decidir se o caso cai sob sua jurisdição.
“Alega-se que as forças de segurança do Estado utilizaram com frequência força excessiva para dispersar e reprimir manifestações e que detiveram e prenderam milhares de membros da oposição, alguns dos quais teriam sofrido graves abusos e maus-tratos”, disse Fatou Bensouda, procuradora do TPI, em um comunicado.
Na nota emitida, é relatado também que “alguns grupos de manifestantes” usaram a violência e isso resultou em “ferimentos ou mortes” de autoridades venezuelanas.
Nas manifestações contra o governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, realizadas entre abril e julho de 2017, mais de 120 pessoas morreram no país.
Além disso, em novembro do ano passado, a ex-procuradora-geral da Venezuela Luisa Ortega foi ao TPI exigir que a entidade investigasse os supostos abusos e tortura cometidos pelo governo venezuelano.
Sofrendo uma grave crise econômica, a Venezuela vem sendo alvos de muitas sanções por parte da União Europeia (UE). Na última, sete funcionários do alto escalão do governo venezuelano tiveram suas contas congeladas.
A Venezuela também sofre com escassez de alimentos, que já levou à morte um número recorde de crianças no país.
As eleições presidenciais estão marcadas para o dia 22 de abril.
O pleito foi adiantado em quase oito meses, após o fracasso nas negociações entre a oposição e o governo de Maduro.
Da AnsaFlash