O Conselho Regional de Enfermagem de Mato Grosso do Sul (Coren-MS) e o Ministério Público de Estadual de Mato Grosso do Sul (MPMS) fizeram uma fiscalização no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul (HRMS), e flagraram uma série de problemas antigos e frequentemente denunciados por profissionais e população. Foram vistos lotação nas áreas dos setores azul, verde e vermelho, pacientes sendo atendidos nos corredores e uma adolescente aguardando leito sentada em uma cadeira de espera ao lado da mãe.
O hospital tem apresentado problemas estruturais como infiltrações em paredes, ar condicionado quebrado e falta de equipamentos na pediatria, representando risco à integridade física dos doentes e dos próprios profissionais. Entre a noite de quinta-feira (23/02) e a tarde de sexta-feira (24/02) haviam 91 pacientes à espera de leito.
Está situação se dá há uma série de fatores como déficit de profissional, sobrecarga de serviço e baixa remuneração. O Conselho acompanha o risco à assistência prestada ao paciente do hospital já que há contrato temporário para enfermeiro em término e sem previsão de realização de novos concursos ou convocação. “No dia 19 de março vencem os contratos de 60 enfermeiros e o hospital ainda não se manifestou sobre novos contratos e isso afeta diretamente o cuidado com os pacientes, porque o profissional que entrar tem que conhecer o ambiente, e isso leva tempo”, alerta o presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Duarte.
O quadro dimensional aponta a necessidade de 124 enfermeiros ao hospital, isso representa a contratação de mais 64 profissionais. Além de contratações de técnicos e auxiliares de enfermagem. “O que a gente espera por um concurso público. Mas como isso é uma prerrogativa do governador do Estado, enquanto isso, o hospital público vai se mantendo sobre contratação de profissionais temporários”, complementa Dr. Sebastião.
Fiscalização em conjunta
A equipe de fiscalização do Coren-MS verificou escala de serviço de enfermagem, taxa de ocupação de leitos, classificação dos pacientes, número de leitos no Pronto Atendimento Médico (PAM), áreas vermelha, azul e verde, e pediatria. Foi constatado ainda falta de insumos e de até medicamentos.
Trata-se do procedimento administrativo instaurado de acompanhar medidas adotadas pelo Hospital Regional de MS para aumentar o número de enfermeiros e técnicos em enfermagem na instituição, considerando o déficit apontado pelo Coren-MS. “O Hospital Regional tem hoje um contingente que não consegue atender a demanda. Os profissionais têm feito escolhas de cuidar da higiene ou da medicação”, denuncia o presidente do Coren-MS, Dr. Sebastião Duarte.
Relatório da vistoria será encaminhado para o Ministério Público Estadual e para autoridades de saúde. Toda fiscalização foi acompanhada pelo assessor técnico pericial do MPMS.
