O site português especialista em comparação de preços Comparamais tem vindo a acompanhar a evolução da pandemia de Coronavírus em Portugal. Agora o editor de conteúdos da plataforma explica-nos as medidas que ajudaram a tornar o país num caso de sucesso a nível europeu e também como estão a ser combatidos os efeitos econômicos do Covid-19
Portugal tem estado de parabéns pela forma como combate a pandemia de Covid-19. Tanto pelas medidas que permitiram reduzir o ritmo a que a doença alastra entre os cidadãos como pelas soluções para minimizar o impacto na economia. Agora a Comparamais, pela voz do seu Editor de Conteúdos, Nuno Fatela, guia-nos por esta cronologia dos planos de contingência e das medidas de apoio à economia que foram sendo introduzidos.
“Portugal foi obrigado a fechar a maioria das empresas e a restringir os movimentos da população. Isso teve efeitos na economia, que tiveram de ser suavizados através de diversas medidas”, recorda a Comparamais. Mas, adiciona, que “foi essa resposta pronta, e antecipada em comparação a países como Espanha e Itália, que permitiu reduzir o ritmo da pandemia em Portugal, e também o número de infectados e mortos”. Isso é demonstrado pela evolução que rondou, nas piores semanas, os 15%, contra os largos períodos em que o aumento de infetados e mortos rondou os 30% em vários países europeus.
Falando sobre a progressiva introdução destas medidas, Nuno Fatela explicou-nos que “se numa primeira fase as restrições foram nas viagens para locais com muitas pessoas infetadas, como a China e Itália. Depois foram sendo introduzidas mais medidas, onde se inclui o fecho das escolas ou o encerramento de todas as fronteiras com Espanha. E quando foi decretado Estado de Emergência, a 18 de abril, quase todas as empresas tiveram de encerrar portas, as viagens de avião praticamente ficaram suspensas e foram restringidos os movimentos de grupos de cidadãos, mais especificamente das pessoas com mais de 70 anos e outras com algumas doenças crônicas. Além disso, foi obrigatório aumentar a distância entre pessoas nos espaços públicos, como supermercados”. A Comparamais explicou-nos que existem mais medidas, mas que estas foram as que tiveram maior impacto no país.
Como estão sendo combatidos os efeitos na economia?
Portugal tem procurado combater os efeitos do Covid-19 na economia por três vias: garantir o financiamento das empresas, assegurar os salários dos trabalhadores e adiar pagamentos e contribuições para o Estado. “Desta forma tenta-se evitar o encerramento de muitas empresas e o desemprego em massa”, explica-nos Nuno Fatela, recordando, por exemplo, o enorme crescimento no número de pessoas sem trabalho nos Estados Unidos. A Comparamais deu mais pormenores sobre estas medidas, bem como dos respetivos montantes, que pode ver em vídeo AQUI.
Um dos principais elementos de análise são as garantias de financiamento com condições especiais das empresas. O primeiro pacote definiu 3.000 milhões de euros para apoiar quatro setores: empresas do setor do turismo, hotéis, restaurantes e indústria. “Estes foram as empresas mais afetadas numa primeira fase, devido às restrições nas viagens e circulação e, no caso das fábricas e restaurantes, também na concentração de pessoas”. Os montantes definidos contam com verbas específicas para PME, já que elas representam grande parte do tecido empresarial em Portugal, “e as ajudas ao financiamento foram entretanto alargadas a outros sectores, como as vendas a retalho, também impedidos de laborar”.
Como as empresas e escolas fecharam portas, muitos trabalhadores foram obrigados a ficar em casa. Reconhecendo que sem dinheiro em caixa seria difícil pagar ordenados, o Governo decidiu dar uma mão aos empresários. Como tal, os salários dos trabalhadores em lay-off (que recebem apenas ⅔ do vencimento) é pago em 70% pela Segurança Social. “Esta é a medida mais importante, mas também há ajudas para quem tem de cuidar dos filhos”, recorda a Comparamais. As contas da especialista em comparação de preços, com base nos primeiros indicadores, apontavam para 300 milhões de euros nestas ajudas, mas Nuno Fatela recorda que “entretanto o governo veio afirmar, depois do acesso alargado ao lay-off, que a fatura pode ser de 1000 milhões por mês para as contas do Estado”.
A última grande área de intervenção foi nas contribuições para o Estado. “O adiamento de várias prestações às Finanças e Segurança Social pode custar 5000 milhões de euros ao Estado, o valor mais expressivo entre os incentivos à economia”, explica a Comparamais.
Qual o impacto destes valores?
Para se perceber bem a imensidão destes valores, a Comparamais usou como termo de comparação o Orçamento do Estado 2020. “Este documento indica quando o governo prevê receber e gastar ao longo do ano”, justifica o editor de conteúdos da plataforma. Ele explica que “os valores totais estão próximos dos 90.000 milhões de euros, e só em incentivos para a crise já chegamos a 10% desse valor. Falamos praticamente do dobro dos gastos previstos com Educação ao longo do ano e quase tantas verbas como os que foram delineadas para o Ministério de Saúde em 2020”. Por esse motivo, a Comparamais explica que provavelmente Portugal vai voltar este ano a apresentar um défice orçamental, mas que “esta foi a melhor forma de evitar um problema muito maior com o encerramento em massa de empresas e consequente aumento dos pedidos de subsídio de desemprego. Portanto, pode ser considerado um mal menor…”.



















